Mau tempo provoca cheias em quatro municípios timorenses, incluindo em Díli
Chuvas fortes causaram inundações em vários municípios de Timor-Leste, danificando pontes e estradas, alagando edifícios públicos e casas particulares, segundo um primeiro balanço da Proteção Civil, a que a Lusa teve acesso.
Fontes da Proteção Civil explicaram à Lusa que não há para já vítimas a registar e que as situações mais graves se vivem nos municípios de Viqueque, Manatuto, Lautém, Covalima e Manufahi, com problemas ainda na capital, Díli.
Equipas da Proteção Civil, apoiadas por bombeiros e autoridades locais, registaram já inúmeras ocorrências, estando a ser preparado um pacote de apoio de emergência, com bens alimentares e outros, para as populações afetadas, de acordo com as mesmas fontes.
Em Viqueque, na ponta leste, as inundações, agora já mais controladas, destruíram a Ponte Dilor, enquanto em Lautem -- onde choveu durante sete horas, as zonas mais afetadas foram as zonas de Lospalos, Hamamoko, Titilari, Bemoris e Motolori.
Três pessoas que viajavam em motorizada foram arrastadas pelas águas na zona, mas conseguiram salvar-se, com danos graves na ponte Apikuro, cortando a ligação entre Lospalos e Dili.
Em Natarbora (Manatuto), chuva intensa durante quase 16 horas causou danos graves aos sucos de Obeon, Sikoli Biluli, Uma Boku e Abat Oan.
Nesta zona de Natarbora, transbordaram as ribeiras de Wenaknuru, Waikamuak e Lamarak -- neste último caso destruindo a ponte.
No sul do país, houve inundações em várias zonas de Suai e Beco, com estragos ainda no posto administrativo de Tilomar, especialmente nos Sucos de Casabau e Maudemo.
Duas pessoas foram arrastadas pelas águas na ribeira de Karau Ulun, mas bombeiros de Covalima conseguiram salvá-las.
Em Manufahi, onde se têm registado chuvas intensas na última semana, há inundações em vários locais, com a destruição da ponte de Selihassa, na estrada entre Natarbora e Same.
Em Same, algumas vítimas das cheias foram já transportadas para a Escola de Betano, onde estão a ser apoiadas.
A chuva forte inundou também vários locais na capital timorense, com destaque, entre outros, para o edifício da RTTL e para um dos espaços preparados para a quarentena da covid-19, na zona de Tasi Tolo, que está “completamente inundado e inoperacional”, segundo as fontes.
Em resposta aos problemas, o ministro das Obras Públicas, Salvador Soares, deu já instruções à Direção Geral das Obras Públicas (DGOP) e ao Instituto de Gestão de Equipamentos (IGE) para que mobilize meios para os locais mais afetados.
As situações mais críticas sentem-se, explica uma nota do seu gabinete, nomeadamente nos municípios de Covalima e Manufahi, na costa sul, em Manatuto (norte) e nas zonas de Viqueque e Lautem, na ponta leste.
Várias estradas e pontes foram afetadas pelas cheias, explica o gabinete, com danos graves na ponte de Weru-Koco, na estrada nacional para Lospalos
A Direção Nacional de Meteorologia e Geofísica (DNMG) timorense alertou para o risco de mau tempo em várias zonas do país, com chuvas com alguma intensidade em vários municípios, incluindo na ilha de Ataúro e no enclave de Oecusse.
Referindo o risco de inundações, alagamentos, cheias em estradas e corte de energia elétrica, a DNMG explica que o mau tempo vai alargar-se pelo menos até domingo.