Lutar pela “libertação da Palestina” é um “dever islâmico”, diz ‘ayatollah’ Khamenei
O líder supremo iraniano, o ‘ayatollah’ Ali Khamenei, declarou hoje que lutar pela “libertação da Palestina” é um “dever islâmico”, num contexto de escalada verbal com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
“O objetivo desta luta é a libertação de todas as terras palestinianas” e “o regresso de todos os palestinianos ao seu país”, adiantou Ali Khamenei, num discurso a propósito do tradicional “Dia de Al-Quds (Jerusalém em árabe)”.
Criado depois da Revolução Islâmica em 1979, o “Dia de Al-Quds” é assinalado todos os anos na última sexta-feira do mês de jejum do Ramadão, em solidariedade com os palestinianos.
A luta pela causa palestiniana é “o principal problema do mundo muçulmano”, afirmou Ali Khamenei, num discurso transmitido em direto na televisão estatal.
“Um dia percebemos que o único problema do combatente palestiniano (...) era a falta de armas (...) planeámos” resolver o problema, adiantou o ‘ayatollah’, parecendo indicar, segundo a agência France Presse, que Teerão se envolveu diretamente no conflito israelo-palestiniano.
“Hoje, (o enclave palestiniano) Gaza pode resistir à agressão militar do inimigo sionista e ganhar”, afirmou.
Khamenei, que se referiu várias vezes a Israel como um “cancro” a ser “extirpado”, criticou também os Estados Unidos e o Ocidente por equiparem o Estado hebreu com “vários tipos de instrumentos de poder, militares e não militares, mesmo com armas atómicas”.
O ‘ayatollah’ acusou ainda países árabes de terem atuado como “marionetas norte-americanas” e ajudado a normalizar as relações com Israel.
As declarações do líder supremo do Irão acontecem dois dias depois de Khamenei ter dito na rede social Twitter que o seu país ia “apoiar e dar assistência a qualquer nação ou grupo que se oponha e combata o regime sionista”.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, respondeu a Khamenei que ele “deveria saber que qualquer regime que ameaça Israel de extermínio enfrentará o mesmo risco”.
O Irão anulou este ano as tradicionais manifestações do “Dia de Al-Quds” devido à pandemia do novo coronavírus. O país é o mais afetado no Médio Oriente.