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Número de testes em África tem de ser dez vezes maior

Foto Michael Tewelde / AFP
Foto Michael Tewelde / AFP

O diretor do África CDC, John Nkengasong, disse hoje que o continente precisa de testar dez vezes mais pessoas do que aquelas que já testou, colocando a fasquia nos 13 milhões de pessoas testadas.

“Já testámos 1,3 a 1,4 milhões de pessoas, mas estamos dez vezes atrasados, porque o nosso objetivo é testar 1% dos 1,3 mil milhões de habitantes do continente, o que coloca a meta nos 13 milhões de pessoas testadas, disse o diretor do Centro para a Prevenção e Controlo de Doenças da União Africana (África CDC), John Nkengasong, durante a conferência de imprensa semanal transmitida de forma digital a partir de Adis Abeba.

“A fórmula que resulta é testar, averiguar e isolar os casos positivos e depois repetir tudo, seria um erro fatal não manter esta estratégia milenar que tem dado resultados”, vincou o responsável.

Na conferência de imprensa, Nkengasong abordou a situação dos países ocidentais que já estão a abrandar as medidas de isolamento e considerou que isso pode ser um fator positivo para o continente africano.

“Ao sair do confinamento, os países ocidentais, que foram os mais afetados até agora, África vai ter mais hipóteses de ser mais apoiadas; pedimos mais solidariedade internacional, porque esta é uma crise global, e não há nenhuma hipótese de o mundo ser um local seguro se África for o próximo epicentro da doença. Por isso, espero muita cooperação e apoio a África, e estou muito satisfeito que os países queiram saber como está a correr o nosso combate à covid-19”, disse John Nkengasong.

“Falámos com governantes franceses ontem [quarta-feira] e nos próximos dias temos também uma reunião agendada com responsáveis norte-americanos para lhes contar o que se passa em África”, acrescentou.

Durante a intervenção inicial, John Nkengasong mostrou-se agradado com o facto de a tendência de subida dos casos se ter mantido nas últimas semanas, o que mostra que o continente tem conseguido conter a tendência de subida.

“Desde a última conferência de imprensa, registámos 31 mil novos casos, o que compara com cerca de 20 mil entre a semana de 7 e 13 de maio, e temos o mesmo número de casos esta semana comparada com a anterior, e esperamos que esta tendência continue”, afirmou.

O diretor do África CDC anunciou ainda que vai ser lançada uma campanha para manter a atenção no tratamento de doenças como a malária, a tuberculose ou a sida, para garantir que o combate à covid-19 não implica uma desvalorização das outras doenças.

Quando questionado sobre se já começou a receber apoio efetivo do G20 e sobre as medidas de alívio da dívida, John Nkengasong respondeu que haverá uma reunião na próxima semana entre os ministros das Finanças africanos, a Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA), “para tentar perceber o que está disponível” e como se pode “beneficiar de forma coletiva e não individualmente, e manter a conversação fluida”.

O número de mortos da covid-19 em África subiu hoje para os 2.997, com mais de 95 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.

De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), nas últimas 24 horas, o número de mortos subiu de 2.912 para 2.997, enquanto os infetados com o vírus da covid-19 passaram de 91.598 para 95.201.

O número total de doentes recuperados aumentou de 35.808 para 38.075.

Em todo o mundo, há mais de cinco milhões de casos da covid-19 e 328 mil mortos.

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