Albuquerque sobre as suspeitas de corrupção: “Não tenho medo de nada”
“Ninguém me intimida. Não tenho medo de nada”. Foi desta forma categórica que o presidente do Governo Regional respondeu hoje ao caso em que é indiciado por corrupção envolvendo negócios privados imobiliários e o ajuste directo da concessão a privados da Zona Franca da Madeira, conforme avançou ontem a revista Sábado.
O faco do alegado processo-crime sob investigação no Ministério Público ter vindo a público no mesmo dia em que Miguel Albuquerque admitiu concorrer à presidência da República é encarado pelo próprio como “nada estranho. Isso nunca surge por acaso”, reagiu esta tarde à margem da cerimónia pública que presidiu em Câmara de Lobos.
O líder madeirense associa as “difamações” da Sábado ao “sistema político em Portugal e aos interesses que estão instalados”. Considera que a suspeita levantada é “consequência do país em que vivemos. Um país de unanimismo, de status-quo, de deixarem as coisas andarem, continuar tudo ‘à sombra’ e esconder aquilo que é essencial, por isso não me admira”, reiterou.
Garante não ter qualquer receio ou medo do processo-crime que alega desconhecer, apresentando como argumento a “vida completamente limpa e transparente”.
Aos jornalistas reafirmou nunca ter sido “notificado de nada” lamentando a notícia que classifica de “parafernália de insinuações”.
O líder madeirense assegurou total transparência nos seus negócios particulares.
“Os meus negócios privados está tudo documentado”. Esclareceu que relativamente ao Centro Internacional de Negócios “é uma relação que existe há mais de 40 anos com o Governo Regional” e embora admita que ao abrigo da lei dos contratos públicos esta “pode ser questionada” entende que “a sua base legal não pode ser questionada” com a justificação que a mesma está “assente em pareceres de iminentes juristas da Faculdade de Direito”. Ademais, sustenta que “os resultados estão à vista”.
Em todo o caso admitiu “cumprir as determinações do Tribunal de Contas”, disse.