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Oposição venezuelana denuncia que Irão envia gasolina a troco de ouro ilegalmente extraído

O líder opositor venezuelano disse hoje que o Irão e a Venezuela estão a fazer propaganda política com o envio de cinco barcos de combustível desde Teerão para Caracas que alegadamente é pago com ouro extraído ilegalmente.

Segundo Juan Guaidó, esta situação decorre das sanções de Washington contra o Governo do Presidente Nicolás Maduro e a empresa petrolífera estatal Petróleos da Venezuela SA (Pdvsa).

“Foi uma agência iraniana, desde Teerão, a primeira a publicar a alegada ameaça dos Estados Unidos contra os barcos que transportam combustível”, afirmou Juan Guaidó.

O líder opositor falava durante o encontro virtual “Conversando com Guaidó”, organizado desde Washington pelo Centro de Estudos de Diálogo Interamericano, moderado pela ex-Presidente da Costa Rica, Laura Chinchilla.

Segundo Guaidó, o Governo venezuelano paga “essa gasolina com ouro de sangue, sem contratação e sem aprovação do parlamento”.

Juan Guaidó declarou que a oposição está “muito preocupada com a segurança dos venezuelanos e da América Latina pela tentativa de uma presença iraniana em solo venezuelano” e que, por isso, monitoriza constantemente os barcos iranianos.

Segundo o opositor, os 1,25 milhões de barris de combustível enviado desde o Irão representam apenas “um dia de produção ou processamento de barris de combustível na Venezuela”, país que tem capacidade para processar 1,3 milhões de barris diários de petróleo.

O embaixador do Irão na Venezuela, Hojjatollah Soltani, disse hoje que Caracas e Teerão estão a ser pressionados por exercerem o direito de negociar livremente um acordo para o envio de cinco barcos de combustível para aliviar a escassez profunda de gasolina no país latino-americano.

“A relação entre o Irão e a Venezuela não ameaça ninguém. Não é um perigo para ninguém”, disse Hojjatollah Soltani durante um encontro com diplomatas na sua residência em Caracas.

O embaixador negou que os barcos iranianos regressem de Caracas carregados de ouro e acusou o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompelo, de espalhar “notícias falsas” para destruir um acordo benéfico para a Venezuela e o Irão.

A Venezuela, um país que tem uma das maiores reservas confirmadas de petróleo do mundo tem registado, nas últimas semanas, uma crescente escassez de combustível que tem paralisado setores como o transporte de produtos agrícolas para as cidades, em plena quarentena preventiva da covid-19.

O Governo venezuelano responsabiliza os EUA e as sanções impostas pela administração de Donald Trump contra Caracas e contra a petrolífera estatal pela situação.

Já a oposição acusa o regime de corrupção e de má administração dos recursos do país.

A crise política, económica e social na Venezuela agravou-se desde janeiro de 2019, quando o presidente do parlamento, o opositor Juan Guaidó, jurou publicamente assumir as funções de presidente interino do país até afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um governo de transição e eleições livres e democráticas no país.

Guaidó conta com o apoio de quase 60 países.

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