O Diretor Nacional que nos une
Já estamos fartos de ouvir sempre a mesma coisa. É só coronavírus, é só Covid19. Não é fácil. Por todo o lado, todos os dias, a comunicação social informa, como se nada mais houvesse para informar, o número de pessoas que morreram e os que acabaram de ser apanhados pelo coronavírus. E ainda estamos longe de ver um fim. Ainda a procissão vai no adro, como diz o povo.
Mas, perante tanto medo e tanto isolamento e, perante um estado de emergência que não será provavelmente renovado, não posso esquecer de lembrar e de aqui homenagear os meus 168 colegas de profissão afastados temporariamente dos serviços por estarem infetados com o novo coronavírus.
Manda, por isso, a verdade que se reconheça que os profissionais da segurança pública, também estão na linha da frente tal como os profissionais da saúde, embora estes estejam mais sujeitos e à mercê de um vírus altamente letal e que está a transformar as pessoas, os países e o planeta.
Só que a mesma verdade manda que se diga que são polícias, médicos, enfermeiros, bombeiros, pessoal auxiliar na saúde, os que não têm esperança de fugir do temível atacante. Enfrentam longas jornadas de trabalho, nem sempre são reconhecidos ou bem remunerados e são os que carregam uma responsabilidade enorme nas mãos, zelar por, e proteger a vida dos outros, muitas vezes colocando-se em risco e abdicando da própria vida para ajudar a salvar a dos outros. Estas profissões têm feito um trabalho exemplar de luta. Dizem-no os números dos que foram atingidos pelo vírus.
Por isso, neste como noutros acontecimentos, agrada-me que os líderes da PSP, sem desbaratarem a razão, tenham tido uma ideia do meu ponto de vista fantástica, ao lançar um desafio a todas as forças de segurança e organizaram uma homenagem por todo o país, aos profissionais de saúde que estão na linha da frente na batalha à pandemia, cuja iniciativa culminou na entrega de uma lembrança simbólica.
Como não podia deixar de ser, escrevi no dia 1 de março neste mesmo Diário algumas notas sobre a nova direção nacional da PSP que gere os destinos da maior e mais importante força de segurança pública, em Portugal, afirmando mesmo que, estas chefias, eram um pronúncio de uma possível viragem na PSP. Escrevi-o porque tinha (e continuo a ter) a certeza de que a instituição, que eu orgulhosamente pertenço, vai mesmo melhorar em todas os sectores.
Posso me esquecer de alguns nomes que constituem a nova direção. Por favor, perdoem-me, mas quero agradecer a dois oficiais superiores, e espero que os restantes oficiais não se importem se eu mencionar duas pessoas em particular, o diretor nacional, Superintendente – Chefe - Manuel Augusto Magina Da Silva e o diretor nacional adjunto - Superintendente – Chefe – Constantino José Mendes De Azevedo Ramos.
Além disso, permito-me referir e destacar que são duas referências na segurança pública em Portugal, porque os dois já foram comandantes da Unidade Especial de Polícia (UEP). E em particular, já foram meus comandantes, no ponto de vista técnico.
Ora, esta condição, permite-me também dizer que ambos imprimem marcas indeléveis. Na verdade, olhando à nossa volta e ponderando um pouco, reparamos que há, sem dúvida, uma maior fluência e até exuberância no modo como a grande maioria dos profissionais confiam nos atuais diretores nacionais, não só na administração da PSP, como na gestão desta crise sanitária, talvez como o maior desafio da história da PSP desde 1867.
E caso o meu descomprometimento com o tema vos possa parecer ingenuidade ou desconhecimento de causa, tomem antes e à letra, as palavras do diretor nacional, “... levantei a cabeça, erguei os ombros, olhai em frente e senti orgulho na farda que usais...”. Diante desta frase, que já faz parte da nossa cultura policial, e agora com novas peças de vestuário (máscara, viseira e luvas).
Tornando esta citação como mote no comando regional da PSP da Madeira, permito-me dizer e congratular o Sr. comandante regional, Superintendente Luís Simões, pela irrepreensível forma e preocupação que tem tido com os profissionais, trabalhando todos como verdadeiros parceiros no combate ao vírus, em busca do ideal comum de uma segurança pública mais adequada e constante que a sofrida população madeirense bem merece.