Um dos valores mais importantes de um País é possuir uma Imprensa Livre, honesta, interventiva, credível aos olhos de quem a ouve, vê ou Lê.

Em Portugal, (e não só) infelizmente, isso nem sempre acontece e cada vez mais os portugueses estão à mercê de uma COMUNICAÇÃO SOCIAL com poucos valores éticos, apostada no sensacionalismo, naquilo que, no imediato, lhes possa trazer maiores vendas ou mais audiências.

Claro que, ainda existem exceções,- mal de nós se não existissem- mas vimos de dia para dia uma degradação que nos choca, quando sabemos que em qualquer das áreas da COMUNICAÇÃO SOCIAL existem profissionais de valor, que, muito provavelmente, devem lutar contra a maré, no que respeita a opiniões dadas sem qualquer tipo de coerência e a programas sem o mínimo de qualidade. Evidentemente que, não cabe aqui referirmos em pormenor, tudo o que de mau nos foi dado a conhecer ao longo dos ultimos tempos, mas vamo-nos debruçar sobre dois temas – completamente distintos – que, por exemplo, as televisões deste País nos têm brindado ultimamente.

O futebol e o Corona Vírus!

Durante largo tempo, algumas Estações Televisivas acharam por bem encher as noites e as casas dos telespectadores com programas ditos desportivos, de péssima qualidade, onde conseguiam juntar uma ou outra pessoa (comentador) mais sensata, equilibrada e educada com uns tantos fanáticos (clubísticos) que espalhavam ódio, discórdia, faziam insinuações, metiam-se na vida interna dos clubes, dando palpites, fazendo analises e comentários, que, muitas vezes, roçavam a idiotice, a falta de senso, o perfeito disparate.

E foram meses, durante várias horas diárias, nesta medíocre programação.

Agora surge o Corona Vírus!

Um assunto mais sério e de uma gravidade tal que merecia ser tratado com outra responsabilidade, no que diz respeito, sobretudo, à informação.

Que se diga que estão mil cientistas a tratar do assunto, a procurar resolver a cura para esta triste epidemia, ainda se aceita, mas permitir que dezenas ou centenas de pessoas falem da mesma coisa, com opiniões diferentes e a darem palpites consoante a sua cabeça, isso é que não.

- As pessoas precisam de ser informadas e não baralhadas!

- E aqui está o fulcro da questão.

É claro que, por exemplo, o jornalista não tem culpa que alguém com responsabilidades no sistema de saúde afirme que o vírus jamais chegaria ao País.

Porém, depois de ele chegar a baralhada tem sido tanta e constante que a Comunicação Social tem o dever de tomar precauções no sentido de não ser levada a “enganar” os leitores ou telespetadores.

Contas mal feitas no número de óbitos, de infetados e de internados.

Sobre a chegada das vacinas, o que se noticia é uma vergonha sem limites. Um dia noticia-se que há países prestes a testá-la. Outro dia já só será possível no final do ano, no princípio do próximo, depois já só para meados ou final de 2021.

Até já surgiu quem dissesse que,- vejam lá- só para 2036!

Toda a gente diz o que quer e tudo se publica. E não pode ser assim.

Sobre o uso das mascaras outra baralhada. São úteis, não são assim tão úteis, onde se as deve usar ou não usar e alguns dos que dizem que se as deve usar, não as usam.

Ainda sobre o vírus, vêm uns que dizem que ele só vive no corpo humano. Cá fora morre. Logo a seguir já outros afirmam que se pode manter vivo em qualquer lado, durante minutos, horas e até dias.

Tudo se ouve, tudo se publica.

Por último, alguém dizia que os netos poderiam abraçar os avós sem problemas, logo de seguida surgia outra pessoa a afirmar que nada está provado que isso possa acontecer e que os avós deveriam se proteger com máscaras.

Enfim, acreditamos que já deve haver mais gente doente pelas notícias que lhes dão do que pelo corona vírus.

Só que estes não são ou não estão contabilizados.

Que fique claro. Longe de nós a ideia de que a Comunicação Social é a responsável pela doença instalada no País, mas as suas constantes, permanentes e insistentes informações e contradições sobre a doença, devem estar- e muito - a porem doentes, pessoas com...saúde!

E certa COMUNICAÇÃO SOCIAL é responsável por isso.

A LIBERDADE de informação é sagrada, por conseguinte, deve ser respeitada, porque tem regras e limites... como tudo na vida!