Não sou certamente contra o regime, senão não podia ser Presidente
Marcelo Rebelo de Sousa afirmou hoje que, pelo seu percurso e pelo juramento que fez ao assumir funções, não é certamente contra o regime, e defendeu que de outro modo não podia ser Presidente da República.
O chefe de Estado falava em declarações aos jornalistas junto à Torre de Belém, em Lisboa, depois de questionado se se sente “um Presidente do regime”, como o qualificou a diplomata e ex-eurodeputada do PS Ana Gomes.
“Sabe que um Presidente da República que votou a Constituição como constituinte, que participou na primeira revisão constitucional e que foi eleito e jurou cumprir e fazer cumprir a Constituição não é certamente um Presidente contra o regime, porque senão não era Presidente da República”, respondeu.
Marcelo Rebelo de Sousa argumentou que “faz parte da lógica da própria eleição presidencial e da lógica do juramento como Presidente da República jurar fazer cumprir a Constituição do regime democrático - e não subverter o regime democrático e não substituí-lo por um regime ditatorial, e não questionar o regime democrático”.
“Mas isso, se perguntar a qualquer Presidente que jurou a sua Constituição, dirá o mesmo”, acrescentou, dirigindo-se para o jornalista que lhe tinha colocado a pergunta.
No domingo à noite, na SIC-Notícias, Ana Gomes criticou o secretário-geral do PS por ter manifestado na qualidade de primeiro-ministro a expectativa de continuar a trabalhar com o atual Presidente da República já num segundo mandato de Marcelo Rebelo de Sousa, dando como certa a sua recandidatura e reeleição nas presidenciais de 2021.
Questionada se, face à posição assumida por António Costa, que considerou perigosa para a democracia, admite mudar de ideias e candidatar-se a Presidente da República, a ex-eurodeputada socialista respondeu: “Admito refletir, é isso que vou fazer”.