Sindicato dos guardas prisionais teme retoma das visitas nas cadeias
O sindicato dos guardas prisionais está preocupado com a proteção dos profissionais quando forem retomadas as visitas dos familiares aos presos, suspensas devido à pandemia, e pediu esclarecimentos numa carta aberta enviada ao primeiro-ministro.
Na carta, o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) adianta que, após ter sido tornado público que as visitas dos familiares aos idosos que vivem em lares vão recomeçar, a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) já solicitou a compra de material de proteção, nomeadamente separadores de acrílico para quando forem retomadas as visitas nos estabelecimentos prisionais.
“Num ápice a DGRSP enviou correspondência para os diretores dos estabelecimentos prisionais para que estes comprem material de proteção para separar os reclusos dos seus familiares, para que as visitam decorram todas presencialmente”, refere o sindicato na missiva.
Criticando a direção-geral por “nunca ter tomado medidas para proteger os profissionais do Corpo da Guarda Prisional”, nesta fase pandémica por covid-19, a estrutura sindical elenca 13 perguntas relacionadas com a forma como as visitas às cadeias vão ser retomadas.
Entre as questões, o sindicato quer saber quantos visitantes vão ser autorizados por cada recluso, se as salas de visita vão ter limite máximo de pessoas, se vai ser colocada sinalética, como é que os visitantes vão ser controlados à entrada da cadeia e se vai ser colocado gel desinfetante nas entradas.
O sindicato pretende ainda saber se o uso de máscara de proteção e de luvas vai ser obrigatória para os visitantes, se lhes vai ser medida a temperatura e quem o vai fazer e se quem visita vai preencher um questionário de responsabilidade, como ocorre nos hospitais e em outros serviços.
Se vão ser colocadas barreiras de acrílico nas portarias para proteção dos guardas prisionais como estão a ser preparadas para separar os reclusos dos seus visitantes é outra das questões.
As visitas estão suspensas desde o início de março, para evitar a propagação do contágio do novo cornavírus, tendo estas restrições sido compensadas com mais telefonemas e mais longos dos reclusos para os familiares e amigos.