Turquia adopta recolher obrigatório durante celebração muçulmana
O Presidente da Turquia anunciou hoje um recolher obrigatório de quatro dias durante a celebração muçulmana de Eid al-Fitr, que marca o fim do jejum do mês do Ramadão, para evitar a propagação da covid-19.
Os anteriores recolheres obrigatórios, impostos em fins de semana e feriados, só foram aplicados em 31 províncias, mas este vai abranger todas as 81 províncias do país.
Após uma reunião do gabinete, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse esperar que não sejam necessárias mais recolheres obrigatórios após o que será decretado entre 23 e 26 de maio.
As mesquitas vão reabrir para as orações duas vezes por dia a partir do dia 29, desde que cumprindo as regras do distanciamento social.
A Turquia optou por recolheres obrigatórios pontuais e não por um confinamento geral, temendo os efeitos na economia.
A exceção são as pessoas mais de 65 anos e menos de 20, a quem foi decretado o isolamento total.
Tanto uns como outros já começaram a ser autorizados a sair em dias e horas específicas -- e enquanto os restantes grupos populacionais ficam em casa.
O ano letivo já terminou e retomará em setembro.
A proibição de viajar de e para 15 principais cidades turcas, incluindo Istambul, foi prolongada por mais 15 dias.
A libertação temporária de 60 mil detidos por delitos menos graves vai ser estendidas por mais dois meses.
O Ministério da Saúde turco anunciou 31 novos mortos nas últimas 24 horas, o número mais baixo desde o final de março. No país, o número de mortos ascende a 4.171 e o de infetados a 150.593.
Segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou, no global, mais de 315.000 mortos e infetou mais de 4,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Mais de 1,7 milhões de doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, cidade da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados (quase 2,1 milhões, contra 1,9 milhões no continente europeu), embora com menos mortes (cerca de 125 mil, contra mais de 166 mil).
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando setores inteiros da economia mundial, num “grande confinamento” que vários países já começaram a aliviar face à diminuição dos novos contágios.