Mais 39 detidos na Venezuela elevam para 402 os presos políticos
Na Venezuela, segundo o Foro Penal Venezuelano (FPV), na última semana registaram-se 39 casos de detenções por motivos políticos, elevando para 402 o número de presos políticos no país.
Os dados foram divulgados aos jornalistas pelo vice-presidente do OVP, Gonzalo Himiob, precisando que 376 dos presos políticos são homens, 26 são mulheres, 275 são civis e 127 militares.
Do total de detidos 398 são adultos e 4 são adolescentes menores de idade (com menos de 18 anos de idade).
O relatório anterior do FPV dava conta de que a 11 de maio de 2020 havia 363 detidos por motivos políticos na Venezuela, 341 homens e 22 mulheres, 234 civis e 129 militares, divididos em 261 adultos e 2 adolescentes menores de idade.
Com as novas detenções, sobe para 91 o número de detidos por suspeita de envolvimento na conspiração contra o Governo venezuelano.
Segundo as autoridades venezuelanas pelo menos 91 pessoas foram detidas desde 3 de maio último, alegadamente envolvidas na frustrada tentativa de invasão marítima nos Estados venezuelanos de La Guaira e Arágua, a 30 quilómetros a norte e 110 quilómetros a oeste de Caracas, respetivamente.
Entre os detidos encontram-se dois norte-americanos, Luke Denman e Airan Berry, que foram acusados de terrorismo e tráfico ilícito de armas de guerra, no envolvimento da frustrada tentativa de invasão marítima.
Os detidos foram acusados de conspiração contra o Governo venezuelano e associação para cometer delito. Os venezuelanos são adicionalmente acusados de conspiração com governo estrangeiro, traição à pátria e rebelião.
O Foro Penal Venezuelano não precisou se alguns destes detidos fazem parte dos novos presos políticos.
No entanto, segundo o FPV os familiares da contabilista Maury Carrero estão muito angustiados porque “desconhecem a situação” em que se encontra, depois de a 15 de maio ter sido levada para o cárcere do Instituto Nacional de Orientação Feminina (sul de Caracas).
Maury Carrero, faz parte de um grupo de assessores do parlamento da Venezuela, liderado pelo opositor venezuelano Juan Guaidó e foi detida a 2 de abril por um grupo de 15 funcionários da Direção de Contrainteligência Militar (DGCIM) na sua residência.
Segundo o FPV, trata-se de uma detida por motivos políticos e apesar de os advogados não terem tido acesso ao seu processo, dois dias depois de detida foi acusada de terrorismo, associação para cometer delito, ocultação de armas e explosivos.
Segundo o FPV desde 1 de janeiro de 2014, foram registadas 15.318 detenções arbitrárias na Venezuela, entre elas 865 civis que foram apresentados perante tribunais militares.
Alguns dos presos políticos foram libertados e entretanto voltaram a ser detidos pelas autoridades.