Sofia Almeida na Casa-Museu Frederico de Freitas
As “Visitas Cantadas” têm a sua estreia marcada para 20 de maio, no canal youtube “Cultura Madeira”.
As “Visitas Cantadas”, que têm a sua estreia marcada para 20 de maio, no canal youtube “Cultura Madeira”, bem como nas redes socais dos museus do Governo Regional, têm encontro marcado com Sofia Almeida, na Casa – Museu Frederico de Freitas.
Vencedora do “Madeira a Cantar” em 2019, iniciou o seu percurso nos musicais, desde muito cedo. Aos 16 anos, conquista de forma inédita os prémios de Melhor Intérprete, Compositor e Letrista, no VII Festival Juvenil da Madeira, intitulado “Voz d’Amanhã”. Atualmente com 18 anos, estuda lírico e conclui o Curso Profissional de jazz, no Conservatório, pretendendo “fazer da música a sua vida e no futuro, deseja transformar e sensibilizar a consciência do público, através da sua música”.
A Casa-Museu Frederico de Freitas tem como missão o estudo, a conservação e a divulgação do museu e das suas coleções, atuando no sentido da preservação e da valorização da cultura madeirense.
Tratando-se de uma Casa-Museu tem como particularidade manter a vocação e a aparente funcionalidade dos espaços de habitação, expondo as coleções de mobiliário, pintura, escultura e de outras peças de artes decorativas. Fundamentalmente, na Casa da Calçada o visitante pode contactar e deslumbrar-se com a ambiência da moradia daquele que foi um dos maiores colecionadores locais.
Ilustrando outra vertente da exposição permanente, a Casa dos Azulejos é uma intervenção moderna que privilegiou os critérios de proveniência e cronológicos para a apresentação do diversificado e invulgar acervo de azulejaria portuguesa e estrangeira.
A Casa da Calçada, originária do século XVII, apresenta características marcadamente românticas que denunciam as importantes intervenções ocorridas ao longo do século XIX. É o que nos revela a original fachada, com seus elementos de influência oriental tão ao gosto da época: a cor forte, as cúpulas de metal e, sob o alpendre, o lambrequim de madeira recortada e pintada.
Também os interiores acusam essas alterações. Na casa abastada as divisões passam a ter funções bem definidas, distinguindo firmemente o público e o privado. Seguindo esta tendência, o Palácio da Calçada, como era então conhecido, tinha um espaço mais público e de ostentação (a Sala da Entrada e os Salões) onde se exibia a melhor mobília, as peças de arte e cuja decoração interior era particularmente cuidada. São disso exemplo o trabalho de estuque visível nos tetos e paredes e, como ditava a moda, o papel que as revestia, de motivos florais e cor forte (amarelo ocre).
Na zona mais íntima da Casa (as Salas de Chá e de Jogo, a Saleta, a Biblioteca, etc.) conversava-se, lia-se, costurava-se, jogava-se, ouvia-se música, tomava-se chá .... Aqui o conforto vai ganhando importância. Multiplicavam-se almofadas, tapetes e têxteis, mesas de apoio que ladeavam cadeiras e sofás, bibelots, fotografias e plantas.
Outra novidade da casa urbana, era a estufa ou jardim de inverno, que permitia que as plantas trouxessem a natureza para o coração da habitação. Este espaço e o jardim, com a sua casinha de prazer, construção típica do século XIX, garantiam a tranquilidade da vida privada.
Frederico de Freitas, prestigiado advogado e notário madeirense, personalidade destacada e atuante do seu tempo, foi um grande colecionador. Começou por reunir tudo o que se relaciona com a Madeira e, de um modo mais abrangente, peças de escultura, pintura e de artes decorativas em geral, nacionais e estrangeiras. Amante e apreciador de obras de Arte, foi também um estudioso atento que formou uma importante biblioteca e que, a partir dos contactos com especialistas de diferentes áreas, se mantém informado no que ao estudo e produção artística respeita.
Transformou a sua residência numa verdadeira Casa das Coleções. Em 1941 arrenda a Casa da Calçada para onde se muda e vive até à sua morte, em 1978.
A Casa ganhou aura de fascínio e notoriedade pela ambiência muito própria das casas dos grandes colecionadores, pela riqueza dos seus recheios, pelas vivências que encerram e pela admiração que causam a quem as visita.
O propósito de legar o recheio da casa que habitou à Região Autónoma da Madeira revela a intenção de partilhar com os seus conterrâneos, de tornar público, o impressionante acervo que reuniu. Era esse o seu grande orgulho, foi essa a obra da sua vida.