Crescimento da economia será ténue e próximo do zero
Comentadores foram particularmente críticos no Debate da Semana, programa de Leonel Freitas, na TSF. “Estado trata-nos como aldrabões”, acusou André Barreto
Foi aos microfones da antena da TSF, no Debate da Semana, sob a coordenação de Leonel Freitas, que Cristina Pedra, André Barreto e Paulo Pereira abordaram a situação económica, retoma e TAP, três assuntos com muito pano para mangas. Para os comentadores o crescimento da economia será ténue, próxima do zero, numa crise que tenderá a ser dramática para as empresas e, sobretudo para as pessoas, se não forem invertidas alguns sinais evidentes. A situação da TAP foi também assunto de reflexão.
André Barreto começou por defender que, “a par do plano de saúde, tinha que imediatamente pôr-se em prática um plano para a economia”. Ora, “passados dois meses não vejo plano absolutamente nenhum. Isso é que me assusta”, lamentou o economista que lembrou ainda que, apesar da reabertura de negócios, uma boa parte dos estabelecimentos estará com uma actividade “próxima do zero” por falta de turistas.
Crítico, Barreto, ainda atirou responsabilidades às falhas gritantes nos apoios que o Estado. Ao invés da ‘pessoa de bem’, o hoteleiro não tem dúvidas que é o primeiro a “nos tratar como aldrabões”, classificou.
Por seu turno, para a ex-presidente da ACIF a situação de colapso da economia era previsível, embora recordasse a existência moratórias bancárias que aliviam, mas não ficam perdoados, simplesmente ficam adiadas as dificuldades em regime de layoff, regime que tem a consequência directa na perda de rendimento e no aumento da “carência social” decorrente da precariedade do mercado regional que não será suficiente para sustentar o tecido empresarial madeirense.
Já Paulo Pereira defendeu a “extensão das moratórias por ano e meio” para garantir um desafogo da classe empresarial e empreendedora sem que tenham de preocupar-se com execuções fiscais ou com a lei das insolvências propondo uma revisão da mesma caso contrário condenar-se-á “uma geração que ficará proibida de gerar riqueza no país”.
No que toca à transportadora portuguesa, Barreto disse nunca ter percebido o interesse do Estado em estar no actual quadro de gestão da TAP, a não ser para colocar algum administrador. Já Cristina Pedra considerou que o Estado deve ter voz activa na gestão diária da TAP.