Conselho da UE dá ‘luz verde’ a programa temporário contra desemprego
Os embaixadores dos 27 Estados-membros junto da União Europeia alcançaram hoje um acordo político sobre o programa ‘Sure’, o novo instrumento temporário criado para salvaguardar postos de trabalho no quadro da crise da covid-19, anunciou o Conselho.
Este instrumento constitui uma das três “redes de segurança” do pacote de resposta de emergência à crise provocada pela pandemia da covid-19, e providenciará até 100 mil milhões de euros em empréstimos em condições favoráveis aos Estados-membros, para os ajudar a financiar aumentos súbitos e avultados da despesa pública relacionada com medidas de combate ao desemprego, como regimes nacionais de redução do tempo de trabalho.
Os Estados-membros que decidirem aceder a estes empréstimos podem declarar despesas desde 01 de fevereiro passado.
No mais recente Conselho Europeu, celebrado em 23 de abril por videoconferência, os chefes de Estado e de Governo aprovaram o pacote de emergência acordado pelo Eurogrupo num montante global de 540 mil milhões de euros, e solicitaram que todos os instrumentos estivessem operacionais até 01 de junho.
Além do programa ‘sure’, a “rede de segurança” para trabalhadores, o pacote é constituído por uma “rede” para as empresas - um fundo de garantia pan-europeu do Banco Europeu de Investimento -- e outra para os Estados, a linha de crédito do Mecanismo Europeu de Estabilidade, através da qual os Estados-membros podem requerer até 2% do respetivo PIB para despesas direta ou indiretamente relacionadas com cuidados de saúde, tratamentos e prevenção da covid-19.
Na passada terça-feira, a Confederação Europeia dos Sindicatos (CES) exortara os Estados-membros a adotarem na reunião de embaixadores desta semana o programa para salvaguardar postos de trabalho, argumentando que este chegaria “tarde demais para fazer a diferença” se não fosse assinado esta semana.
Para ilustrar a urgência na adoção deste programa, a CES recorre a um inquérito publicado na véspera pela Eurofund, de acordo com o qual 28% dos trabalhadores europeus perderam o seu emprego, temporária ou permanentemente, devido à crise provocada pela covid-19.
Após o aval de hoje dos 27, ao nível de embaixadores, o programa será formalmente adotado pelo Conselho através de procedimento escrito, o que está previsto para a próxima terça-feira.