Donald Trump diz que não quer falar por agora com Xi Jinping
O Presidente dos EUA, Donald Trump, disse hoje que não quer falar, por agora, com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, ameaçando cortar relações com Pequim, por causa da pandemia de covid-19.
“Eu tenho um relacionamento muito bom (com Xi Jinping), mas neste momento não quero falar com ele”, disse Trump, durante uma entrevista à estação televisiva Fox Business.
Os EUA e a China estão numa escalada de tensão com acusações mútuas sobre erros e omissões na luta contra a propagação do novo coronavírus, com Washington a acusar Pequim de ter negligenciado os riscos da pandemia, na sua fase inicial, e com o Governo chinês a denunciar a ineficácia norte-americana na crise sanitária.
Trump admite mesmo retaliações contra o Governo de Pequim, acusando-o de ter omitido informações importante sobre o novo coronavírus, que poderiam ter impedido a pandemia de covid-19.
“Há muitas coisas que podemos fazer. Podemos romper todas as relações”, disse hoje Trump.
“Se fizéssemos isso, o que aconteceria? Economizaríamos 500 mil milhões de dólares (cerca de 460 mil milhões de euros)”, acrescentou o Presidente.
Os Estados Unidos e a China mantêm uma guerra comercial desde 2018, mas no início deste ano celebraram a primeira fase de um novo acordo comercial que foi considerado por ambas as partes o início de um melhor relacionamento diplomático.
Contudo, nos últimos meses, as tensões agravaram-se e Trump acusou as autoridades chinesas de ocultarem a escala da epidemia, que surgiu em final de 2019 na cidade de Wuhan.
Por seu lado, Pequim nega as acusações e alega ter transmitido todas as informações atempadamente à Organização Mundial de Saúde e a outros países, incluindo os Estados Unidos.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 297 mil mortos e infetou mais de 4,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Mais de 1,5 milhões de doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou agora a ser o que tem mais casos confirmados (1,88 milhões contra 1,81 milhões no continente europeu), embora com menos mortes (113 mil contra 161 mil).
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando setores inteiros da economia mundial, num “grande confinamento” que vários países já começaram a aliviar face à diminuição dos novos contágios.