Hóteis devem oferecer serviços em vez de baixar preços quando reabrirem, diz associação
O presidente da Associação de Diretores de Hotéis de Portugal (ADHP) defendeu hoje que, para atraírem clientes na reabertura da atividade, os hotéis devem oferecer serviços, como o jantar ou a cadeira na praia, em vez de baixarem preços.
“Acredito que haverá alguma correção, mas não uma queda abrupta dos preços”, afirmou o presidente da ADHP, Raul Ferreira, durante um ‘webinar’ (seminário ‘online’) organizado pela Faculdade de Turismo e Hospitalidade da Universidade Europeia sobre o impacto da pandemia covid-19 no setor hoteleiro.
“É preferível dar serviço a baixar o preço, ou seja, incluir o jantar ou a cadeira na praia, que este ano é importante”, porque se se baixar agora os preços vai demorar muito mais tempo a voltar aos valores antes da pandemia, explicou Raul Ferreira aos participantes.
O responsável da ADHP lembrou que, ao contrário da restauração, os hotéis não foram obrigados a fechar durante o estado de emergência, e apresentou dados da associação segundo os quais mais de 60% dos hotéis projeta nesta altura a reabertura para junho.
Raul Ferreira defendeu também que as medidas sanitárias que serão decididas para os hotéis para a fase da retoma “têm de ser sustentáveis do ponto de vista financeiro”.
“A sustentabilidade tem de ser sempre ligada à rentabilidade e segurança do negócio”, sublinhou o presidente da ADHP.
Um dos “maiores desafios” para os hotéis na fase da reabertura da atividade e que, segundo Raul Ferreira, já se verificava antes da pandemia são os recursos humanos devido à falta de mão-de-obra qualificada, aliada à perda de rendimentos, à “falta de motivação” e ao “medo”.
Outro dos desafios é ainda a formação e adaptação dos trabalhadores dos hotéis às novas tecnologias que serão essenciais na nova fase, acrescentou.
Quanto à garantia de segurança alimentar e higiénica que será exigida aos hotéis, o presidente da associação considera que neste ponto a adaptação à nova realidade “não será difícil”, uma vez que as equipas “já estão muito bem treinadas para lidar com doenças que sempre existiram”.