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Nem a Era do Covid 19 desculpa...

Aconteça o que acontecer José Manuel Rodrigues já ficou na história da RAM, pela negativa

Os tiques antidemocráticos do partido de Jaime Ramos Júnior e agora do partido de Fonseca de vez em quando vem ao de cima nas suas propostas na Assembleia Legislativa da Madeira. O primeiro sempre foi assim e o segundo enquanto partido da oposição lutava ao lado dos restantes partidos pela democracia, mas desde que passou a “bengalinha” tomou-lhe o gosto e com uma força tal, devido ao gosto pelo tacho, que se pode aplicar aqui uma frase muito popular: “É mais papista que o papa”. Vem isto a propósito de uma recente alteração ao regimento da própria Assembleia em que um deputado pode votar pelos restantes do seu partido, votada unicamente pelos dois partidos do poder, sem olharem aos argumentos apresentados pelos partidos da oposição.

Esta questão já tinha sido discutida em 2011, mas “Le Petit Salazar” que governava então, fez marcha atrás e pelos vistos meteu-a na gaveta de onde saiu a mando de “ Le Petit Maduro” e seu ajudante Rui Barreto.

O Partido Socialista tomou a iniciativa e os restantes partidos da oposição, seguiram-lhe o exemplo, de requerer a sua inconstitucionalidade ao respetivo Tribunal. Entretanto tanto a imprensa regional, como a nacional fez eco de tamanha barbaridade, o que veio “incomodar” o Presidente da Assembleia que também aprovou esta alteração ao regimento, tornando-o não “confortável”, algum tempo depois. Parece que a moeda demorou a cair. Agora está a tentar redimir-se, pois diz que o regimento deve ser aprovado por largo consenso e não pela lei “do mais forte”. Aconteça o que acontecer José Manuel Rodrigues já ficou na história da RAM, pela negativa, como sendo o Presidente mais antidemocrático da nossa Assembleia. De qualquer modo poderemos aplicar aqui uma célebre frase de Mário Soares: “ só os burros é que não mudam”.

Uma norma parecida com esta poderia, muito bem ter sido aprovada, só enquanto durasse a pandemia do Covid 19, em que a Assembleia, enquanto em modo reduzida, o número que representa a totalidade do plenário, corresponderia ao número de votos que representasse a totalidade dos deputados.

Que fique bem claro que apesar de haver alguns deputados do PSD e do CDS que votaram a favor desta alteração contrariados, não tiveram a coragem para votarem contra, pois o “tacho” e a cobardia falou mais alto, não tendo, portanto qualquer desculpa, mesmo que façam marcha atrás. Eu fui deputado durante 16 anos e algumas vezes tomei posição diferente do meu partido, poucas, mas algumas, porque tudo era discutido em reuniões do grupo parlamentar onde todos manifestavam a sua posição, sem quaisquer receios e nunca me senti “inconfortável” com as posições que tomei.

Ainda dentro do titulo deste artigo de Opinião, quero fazer referencia às 60 conferencias de imprensa do Secretário Regional da Saúde e da Vice Presidente do IA Saúde, até Domingo, que foram mais de propaganda política, fazendo lembrar o Ministro da Informação e da Propaganda do Governo do Iraque antes de ser derrubado, em especial aquele bocadinho que antecedia a indicação da evolução da pandemia. Por outro lado ficou demonstrado que a maioria dos jornalistas eram repetitivos nas suas perguntas ou faziam perguntas que já tinham sido respondidas, demonstrando bem o seu nível. Desde cedo deixei de ouvir a lenga lenga do Secretário e limitava-me a ouvir os números em especial o de infetados, dos curados e das zero mortes. Aqui quero felicitar todos aqueles que trabalharam no combate à pandemia e na recuperação dos infetados, pois o principal objetivo, foi conseguido: Ter poucos infetados e devidamente controlados e evitar a existência de qualquer morte.

Quando ouvia as conferências de imprensa, lembrava-me sempre de uma frase que um amigo me disse, há muito tempo: Se tivesse uma fábrica de chouriço, convidava o Secretário e alguns dos jornalistas para trabalharem lá, porque o rendimento a encher chouriço, seria muito maior...

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