Entre o Sonho e a Realidade
Em certa noite sonhei
Com os homens a brigar
Qual deles o mais forte
Para impor sua lei
Numa ânsia de mandar
Depreciando a morte
A uma esfera agarrados
Que noite e dia rodava
Suja de pó e de gazes
Não os vi preocupados
Como ali se respirava
Nem de fazerem as pazes
De seu machado na mão
Destruíam arvoredo
Só falavam de guerra
Ignorando a comunhão
De nada tinham medo
Sobre esta esfera terra
Ameaçavam construir
Grande arma nuclear
Que matasse indiferente
Sem pensar em prevenir
Como pôr o mundo andar
Se ele parasse de repente
E eis, que um bicho pequeno
Tão pequeno que nem à lupa
Eles o conseguiram ver
Espalhou o seu veneno
Ninguém assumiu a culpa
E começou gente a morrer
Nem alfinete de prevenção
Para espicaçar a praga
Se dignaram fabricar
Mais barato que um canhão
Que não vale mesmo nada
A não ser para matar
E no meu sonho de então
Vi o bicho hibernar
Porque logo de repente
Fez-se a vacinação
Acabada de inventar
Com carater de urgente
E meu sonho foi mudando
Vi o mundo num sorriso
Sem virose e sem guerra
A Humanidade se amando
Vivendo num paraíso
A que chamavam Terra
Sem ouvir choros de mãe
Vi crianças a sorrir
Toda a gente a se abraçar
Com fome, não vi ninguém
Nem promessas a fingir
Nem gente sem trabalhar
Como seria tão belo
D’ora avante ser assim
Que os homens dessem as mãos
Apagando esse flagelo
Pondo na guerra seu fim
E a viverem como irmãos