Os alarmes soam
O tempo é de crise e acredito que ainda vai piorar. Os alarmes da miséria começam a soar cada vez mais acutilantes. Os governantes terão que demonstrar capacidade para se reinventar e acudir à miséria que grassa a cada dia que passa. Aproximam-se tempos de crise extrema que terão que ser acudidos com medidas extremas. Agora é que os cidadãos verão aqueles que são verdadeiros governantes e aqueles que apenas ambicionam o poder. Atrevo-me a sugerir que tanto o Governo Regional como as Câmaras Municipais da RAM deveriam olhar este problema com a seriedade que ele merece e começar por equacionar as obras em execução ou a executar e adiar as menos prioritárias, pelo menos por dois anos, assim como outras despesas supérfluas. O dinheiro resultante seria canalizado para as Juntas de Freguesia e estas, por sua vez, providenciariam a compra de cabazes alimentares, pagamento de água, luz, gás e até mesmo renda da casa já que as pessoas que viviam do seu salário mensal e que ficaram sem ele, veem-se privadas de todos estes serviços básicos e essenciais. Porque é que defendo as Juntas de Freguesia como intermediários e não, por exemplo, as Casas do Povo? Primeiro porque são as Juntas que conhecem mais de perto os cidadão e sabem das suas necessidades através de registos identitários. Segundo porque são constituídas por órgãos sociais eleitos pelo voto popular e onde os executivos são fiscalizados pelas Assembleias de Freguesia nas quais têm assento os vários partidos e assim seria um garante que os bens e serviços não seriam mal aplicados, enquanto que outras organizações não têm uma fiscalização tão transparente. Tenho a certeza que a população veria com bons olhos estas medidas, quer do GR quer das Câmaras uma vez que as obras podem esperar dois ou três anos mas a fome não espera. Acreditem que esta crise de miséria que nos espera não será gerida com discursos políticos mas com medidas eficazes. Os gestores que ganham balúrdios, as estrelas do desporto que ganham quantias fabulosas, assim como os grandes empresários ainda serão chamados a contribuir com uma percentagem das suas fortunas porque se a pobreza atingir 70 ou 80% da população mundial não restará ninguém para consumir o que é produzido, não restará nada para gerir, viajar ou assistir aos espectáculos que geram milhões. Tenho a certeza que a ninguém interessará que toda a economia colapse.