Preços desceram 0,2% em Abril, após estabilização em Março
Os preços desceram 0,2% em Abril face ao mesmo mês do ano passado, após terem estabilizado em Março, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE), cuja estimativa inicial apontava para uma variação nula em Abril.
“Com arredondamento a uma casa decimal, esta taxa é inferior em 0,2 pontos percentuais à estimativa rápida divulgada a 30 de Abril, verificando-se sobretudo uma revisão em baixa do crescimento apurado dos preços dos produtos alimentares não transformados em consequência da integração de informação entretanto obtida e que não foi possível incorporar no apuramento da estimativa rápida”, explica o INE.
O indicador de inflação subjacente (índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) também registou uma variação homóloga de -0,2%, valor inferior em 0,2 pontos percentuais ao registado em Março.
Segundo o INE, “destaca-se o aumento da taxa de variação homóloga dos produtos alimentares não transformados para 6,5% (taxa superior em 3,6 pontos percentuais à do mês anterior) e a variação de -9,4% para os produtos energéticos (-3,7% em março), reflectindo reduções dos preços dos combustíveis e da electricidade”.
Em termos mensais, a variação do Índice de Preços no Consumidor foi 0,3% (1,4% no mês precedente e 0,6% em Abril de 2019).
Já a variação média dos últimos 12 meses foi 0,2%, taxa inferior em 0,1 pontos percentuais à registada no mês anterior.
O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português registou uma variação homóloga de -0,1%, taxa inferior em 0,2 pontos percentuais à do mês anterior e inferior em 0,5 pontos percentuais à estimativa do Eurostat para a área do euro (em Março de 2020, esta diferença foi de 0,6 pontos percentuais).
O IHPC registou uma variação mensal de 0,8% (1,6% no mês anterior e 1,0% em Abril de 2019) e uma variação média dos últimos 12 meses de 0,1% (valor inferior em 0,1 pontos percentuais ao registado no mês precedente).
De acordo com o INE, “pela primeira vez, em Abril de 2020 foi necessário apurar o IPC sem recurso ao trabalho de campo de inquiridores”, devido às restrições ao comércio e serviços impostas pela pandemia de covid-19.
“Tratou-se de uma situação inédita, tendo sido necessário, num muito curto espaço de tempo, modificar a recolha de preços de modo a garantir o apuramento do IPC”, refere o instituto.
Segundo explica, “foram utilizados métodos alternativos de recolha de preços, nomeadamente a recolha automatizada de grandes quantidades de informação ‘online’ (’web scraping’), recolha directa ‘online’ e recolha à distância por telefone ou ‘e-mail’”, tendo ainda sido “definidos procedimentos específicos para” estimar os preços em falta.
Avançando que “esta situação não se verificou apenas em Portugal, afectando todos os países da União Europeia, pelo que foi necessário estabelecer regras comuns a adoptar na compilação dos IHPC no âmbito do Sistema Estatístico Europeu”, o INE ressalva que “o IPC integra um número significativo de preços obtidos por via administrativa que não foram afectados por estas restrições, com particular destaque para as rendas de habitação provenientes dos recibos electrónicos de rendas”.