Governo russo quer compra e consumo de álcool só para maiores de 21 anos
O ministro da Saúde russo defendeu hoje a subida para os 21 anos da autorização para comprar e consumir bebidas alcoólicas, face ao aumento da taxa de mortalidade associada ao consumo de álcool desde o início da pandemia de covid-19.
“Se os deputados estão preparados para concretizar (a reforma da idade, de 18 para 21 anos), então porque não”, questionou Mikhail Mourachko, ao tomar a palavra numa sessão parlamentar, acrescentando que a medida poderia ter já sido aprovada.
“Temos feito um seguimento operacional da mortalidade. Infelizmente, ao longo deste período (de pandemia), a influência do álcool na mortalidade começou a aumentar”, afirmou, sem adiantar números precisos.
Apesar da reputação de país de grandes bebedores, o consumo de bebidas alcoólicas na Rússia caiu mais de 40% entre 2013 e 2016, referem dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), consequência da política agressiva das autoridades russas.
O aumento da idade legal para comprar e consumir bebidas alcoólicas foi já evocada várias vezes no passado por altos responsáveis do Governo russo.
Os russos bebem menos da média de que os franceses ou alemães, mas a pandemia em curso “parece ter ressuscitado velhos demónios”, ressalva a notícia da agência noticiosa France Presse (AFP).
Segundo o Instituto de Estudos de Mercado (GFK), na Rússia, as vendas de bebidas alcoólicas subiram num só mês 65% desde a primeira semana de isolamento obrigatório, em vigor desde o fim de março, para travar a propagação do novo coronavírus no país.
Hoje, as autoridades sanitárias russas indicaram que a Rússia voltou hoje a registar mais de 10.000 casos de infetados por coronavírus, um dia depois de ter começado o levantamento das restrições e confinamento no país para lutar contra a pandemia da covid-19.
A Rússia tornou-se, terça-feira, o segundo país do mundo com mais pessoas infetadas pelo coronavírus que provoca a doença da covid-19, embora a mortalidade permaneça baixa em comparação com outros países, com 2.212 vítimas.
A capital russa, principal foco da pandemia no país, permanece sujeita a confinamento quase geral, embora nem sempre as proibições sejam respeitadas, e o uso de máscaras e luvas protetoras tornou-se obrigatório nos transportes públicos e nos supermercados.
Embora a Rússia continue muito atrás dos Estados Unidos em número de infetados, regista, desde o início de maio, mais de 10.000 novos casos todos os dias.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 292 mil mortos e infetou mais de 4,2 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Mais de 1,4 milhões de doentes foram considerados curados.