Homicídio de paramédica afro-americana pela polícia causa onda de indignação nos EUA
O homicídio de uma paramédica afro-americana no seu apartamento pela polícia de Louisville, nos Estados Unidos, em 13 de março, provocou uma onda de indignação entre vários políticos norte-americanos e organizações, que denunciaram um novo caso de violência racial.
De acordo com um comunicado divulgado pelo advogado Ben Crump, que é especialista em direitos civis, que foi contratado pela família da paramédica, citado pela agência France-Presse, os elementos das forças de segurança da cidade de Louisville, no Kentucky, balearam oito vezes a mulher.
A nota explicita que Breonna Taylor, de 26 anos, e o namorado Kenneth Walker foram surpreendidos pela polícia, que tentou forçar a entrada na habitação para cumprir um mandado de busca de um suspeito que já não vivia naquele edifício e que, pelos vistos, já se encontrava detido.
O namorado da vítima, que tinha licença para porte de armas de fogo, foi detido por tentativa de homicídio de um agente das forças de segurança.
O caso tinha passado despercebido quando ocorreu, por causa da evolução da pandemia da doença provocada pelo novo coronavírus, mas ressurgiu esta semana através de uma queixa apresentava pelo advogado, na qual exige respostas relativamente ao homicídio da paramédica afro-americana.
“A polícia não explicou os factos e as circunstâncias em que ocorreu a tragédia, nem se responsabilizou pela morte sem sentido”, explicitou o Ben Crump.
O autarca de Louisville, o democrata Greg Fisher, disse que, apesar de a “polícia se encontrar em situações extremamente difíceis”, os cidadãos “têm direitos”.
Entretanto, várias personalidades norte-americanas uniram-se no repúdio pelo homicídio da mulher.
“É desumanizante que família de Breonna e muitas outras sejam obrigadas a lançar campanhas públicas apenas para que a vida das vítimas seja reconhecida e obtenha a dignidade da Justiça”, lamentou, na rede social Twitter, a congressista democrata Alexandria Ocasio-Cortez.
Já o movimento “Black Lives Mater” escreveu, também no Twitter, que a paramédica foi um dos profissionais de saúde que ajudou o país “a superar esta pandemia”, mas, “apesar de ter ajudado a salvar vidas, a polícia levou a sua”.
O advogado Ben Crump também representa a família do atleta afro-americano Ahmaud Arbery que foi morto por dois homens na Geórgia, em fevereiro, e cuja onda de indignação também ressurgiu na sequência da divulgação de um novo vídeo sobre os acontecimentos que levaram ao seu homicídio.