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PS repudia “declarações abusivas” e “teoria da conspiração” de Rio sobre Centeno

O PS repudiou hoje as “declarações abusivas” do líder do PSD sobre o debate parlamentar desta tarde, considerando que Rui Rio quis desviar as atenções “para uma certa teoria da conspiração” ao defender a saída de Mário Centeno.

Minutos antes, em declarações aos jornalistas nos passos perdidos do parlamento, Rui Rio considerou que o ministro das Finanças “não tem condições para continuar” no Governo uma vez que “não foi leal ao primeiro-ministro”, já tem “uma crítica pública do Presidente da República e, hoje à tarde, no debate no parlamento a bancada do PS não o defendeu, limitou-se a criticar o passado para não ter de ficar calado”.

“Rui Rio fez há pouco declarações abusivas sobre aquilo que foi o debate desta tarde. O debate desta tarde não passou por saber se o ministro das Finanças, Mário Centeno, foi, é ou será ministro das Finanças. Do nosso ponto de vista isso não é minimamente discutível”, disse, em resposta, o vice-presidente da bancada do PS, João Paulo Correia.

Na perspetiva do deputado do PS, “Rui Rio quis desviar aquilo que foi o debate desta tarde para uma certa teoria da conspiração”, repudiando e lamentando que “isso tenha acontecido”.

“O senhor ministro das Finanças tem feito um trabalho notável ao serviço do país”, defendeu João Paulo Correia, considerando que o líder do PSD quis “desviar a atenção quando o PS meteu o dedo na ferida naquilo que foi a responsabilidade do PSD na resolução do BES”.

Questionado sobre as falhas de comunicação entre o primeiro-ministro, António Costa, e o ministro das Finanças e as declarações de hoje do Presidente da República, que considerou hoje que António Costa “esteve muito bem” ao remeter nova transferência para o Novo Banco para depois de se conhecerem as conclusões da auditoria que abrange o período 2000-2018, o deputado do PS disse apenas que Mário Centeno “já explicou tudo acerca disso”.

“Para o PS o mais importante é explicar aos portugueses porque é que foi feito um novo empréstimo por parte do estado ao fundo de resolução”, acrescentou.

Perante a insistência dos jornalistas a propósito das declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, João Paulo Correia escusou-se a fazer qualquer comentário.

O presidente do PSD afirmou hoje que, na sua opinião, o ministro das Finanças “não tem condições” para debater quinta-feira o Programa de Estabilidade no parlamento, mas remeteu para o primeiro-ministro a avaliação sobre a situação de Mário Centeno.

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, Rui Rio verbalizou as críticas que já tinha deixado antes numa publicação no Twitter, em que defendeu que Mário Centeno “não tem condições para continuar” no Governo e que será “uma má decisão” se António Costa o mantiver no executivo.

O Expresso noticiou no dia 07 de maio que o Fundo de Resolução recebeu mais um empréstimo público no valor de 850 milhões de euros destinado à recapitalização do Novo Banco.

Esta notícia surgiu depois de António Costa ter assegurado nesse mesmo dia no debate quinzenal que não haveria mais ajudas ao Novo Banco até que os resultados da auditoria em curso fossem conhecidos.

Na sexta-feira, o primeiro-ministro disse não ter sido informado pelo Ministério das Finanças do pagamento de 850 milhões de euros e que já tinha pedido desculpa ao Bloco de Esquerda pela informação errada transmitida durante o debate quinzenal.

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