Costa avisa que não é possível retomar a actividade sem constrangimentos
O primeiro-ministro afirmou hoje que nenhuma atividade económica pode ser retomada sem constrangimentos, alegando que as limitações de higiene e segurança são essenciais para que exista confiança por parte dos cidadãos em ambiente de pandemia de covid-19.
“Termos de ser francos uns com os outros, não é possível retomar a atividade sem constrangimentos - e esses constrangimentos geram incómodos”, declarou António Costa no Palácio da Ajuda, em Lisboa, no encerramento da cerimónia de assinatura da declaração de compromisso dos parceiros sociais para a retoma económica e de assinatura do protocolo de cooperação entre a AHRESP (Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal) e a DGS (Direção Geral da Saúde).
Em resposta a queixas de comerciantes e de vários outros setores profissionais sobre as exigências sanitárias colocadas pela Direção Geral da Saúde (DGS) para a reabertura de diversos serviços, o primeiro-ministro defendeu a tese de que essa é a única alternativa nesta fase em que o país enfrenta a pandemia de covid-19.
“Compreendo bem que os empresários da restauração digam que é muito difícil de abrir o restaurante com aquele conjunto de limitações, percebo que os jogadores de futebol digam que com estas regras de confinamento é muito difícil desenvolverem a sua atividade, e
não tenho a menor das dúvidas que para todos os barbeiros e cabeleireiros é muito difícil trabalhar com o equipamento de segurança requerido. Mas todos temos de ser claros: Viver com o vírus implica viver com muitas limitações”, contrapôs António Costa.
O primeiro-ministro alegou depois que essas mesmas “limitações são fundamentais para que o cidadão ganhe confiança e sinta segurança em ir ao barbeiro ou ao cabeleireiro, ou, ainda, para ir poder trabalhar no dia a dia”.
“Essa confiança do cidadão é fundamental para que toda a cadeia económica se possa restabelecer”, frisou ainda o líder do executivo, num discurso que fez perante os parceiros sociais.
Antes desta intervenção do primeiro-ministro, a diretora Geral da Saúde, Graça Freitas, reforçou a tese sobre a necessidade de “monitorização” no regresso à atividade económica, dizendo que, para já, “Portugal tem-se mostrado à altura de um desafio sem precedentes”.
“As medidas até agora tomadas permitiram mitigar a transmissão comunitária do novo coronavírus. Em articulação com parceiros institucionais e sociais, a DGS tem vindo a recomendar um conjunto de regras de boas práticas”, disse, numa alusão ao protocolo que acabara de assinar com a AHRESP.
De acordo com Graça Freitas, todos os passos “têm de ser dados acompanhados de um sentimento de segurança”.
“A transmissão do novo coronavírus não desapareceu, o risco de contágio é uma realidade que as autoridades de saúde, a população e os operadores económicos não podem ignorar”, avisou.