BE diz ser importante reforçar o serviço público de saúde e dignificar os profissionais
O Bloco de Esquerda promoveu ontem uma conferência através do Facebook, sob o tema ‘Que SESARAM no pós pandemia’, que teve como convidados José Manuel Boavida, médico e presidente da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal, e Juan Ascenção, do Sindicato dos enfermeiros da Madeira.
Para o BE, há duas ideias fortes saídas da conferência: o reforço do serviço público de saúde e a dignificação dos profissionais.
“O serviço público foi essencial no combate à pandemia, pese todas as suas fragilidades e tem de ser preservado e reforçado. A confiança e o apreço dos cidadãos pelo SNS e pelo SESARAM ficaram bem evidentes nas sessões de aplauso com que as pessoas homenagearam os profissionais às janelas. O sector privado esquivou-se das situações de risco e ofereceu-se para aceitar as situações menos graves que ficaram adiadas ou suspensas por causa da pandemia. Procurou aproveitar-se para facturar mais, nos testes, nos desinfectantes , em equipamentos de protecção”, refere.
“A circulação entre as diversas unidades de saúde e os lares de acolhimento foi suspensa na Madeira e muito bem, mas deve tornar-se regra permanente, para prevenir contágios, não só da covid e para dignificação dos profissionais de saúde. Os privados devem ter um quadro estável de efectivos com profissionais de saúde e auxiliares em número suficiente para a actividade desenvolvida. Não podem continuar na batota de recrutar a tempo parcial profissionais do SESARAM, como falsos recibos verdes para não terem de assumir os encargos com a Segurança Social”, acrescentou.
Diz também que “os profissionais quer no SESARAM quer nos privados têm de ser valorizados a nível salarial para não serem empurrados para a procura de rendimento complementar noutras unidades de saúde”.
“A afirmação recorrente que nos lares os privados fazem mais barato é uma falácia, pois isso assenta nos baixos salários pagos, no recurso abusivo a programas de falsos estágios com salário inferiores ao salário mínimo, em horas de trabalho não pagas e no recrutamento de profissionais do sector público a tempo parcial. Um quadro de instabilidade laboral e de risco para utentes e profissionais”, concluiu.