Ainda não há data para retoma de visitas a lares de idosos nos Açores
A Autoridade de Saúde Regional dos Açores ainda não decidiu quando deverão ser retomadas as visitas a lares de idosos e rejeita apressar o levantamento de restrições com base no que é feito no continente português.
“Podê-lo-á ser, mas para já ainda estamos a proceder a rastreios nas estruturas residenciais para idosos, nas unidades de cuidados continuados integrados, nas casas de saúde e, portanto, dependendo dos resultados que vamos obtendo, da evolução da situação epidemiológica na região poderemos a qualquer momento ter essa decisão, em conjunto com os responsáveis do Governo Regional”, afirmou o responsável da Autoridade de Saúde Regional.
Tiago Lopes, que é também diretor regional da Saúde, falava, em Angra do Heroísmo, num ponto de situação sobre a evolução da pandemia da covid-19 no arquipélago.
A Direção-Geral da Saúde anunciou que as visitas aos lares de idosos seriam retomadas na próxima segunda-feira, mas a Autoridade de Saúde Regional dos Açores está ainda a avaliar essa possibilidade.
“Apesar de a nossa situação ser mais favorável do que aquela que se verifica neste momento no continente, e pese embora a Direção-Geral da Saúde tenha tomado essa decisão de emitir essas orientações, temos sido mais cautelosos e mais zelosos -- sem qualquer tipo de crítica às decisões tomadas ao nível do território continental -- e estamos a avaliar essa situação”, afirmou o responsável.
Segundo Tiago Lopes, “não deve faltar muito” para que os rastreios nos lares de idosos estejam “concluídos”.
“Devemos manter o nosso plano com a devida calma e parcimónia e lá chegaremos a seu tempo a essa nova normalidade, para abrir espaço para que utentes e suas famílias possam reencontrar-se com as devidas medidas de segurança, para que não exista qualquer situação que possa colocar em risco qualquer um dos utentes, funcionários ou visitas”, frisou.
Também ainda não foram tomadas decisões sobre a reabertura de creches e jardins-de-infância no arquipélago (com exceção das ilhas Flores, Corvo e Santa Maria, que não registaram casos positivos), apesar de alguns municípios terem anunciado um prolongamento do encerramento destas estruturas nos seus concelhos.
“Tem de ser analisada em conjunto com os restantes elementos do elenco governamental, antes mesmo de chegar à questão municipal e ao que possa ser a ideia, a opinião e o entendimento dos próprios municípios. Tem de ser pensada em conjunto e de forma articulada, atendendo à situação epidemiológica de cada uma das ilhas, de cada um dos concelhos e de cada uma das freguesias”, salientou Tiago Lopes, alegando que “muito em breve” serão dadas novas informações sobre estes casos.
Do mesmo modo, quando questionado sobre a deslocação de grávidas, para consultas médicas, entre as ilhas do Pico e do Faial, o responsável da Autoridade de Saúde Regional disse que “muito em breve” seriam anunciadas alterações na circular que define as regras de deslocações e quarentenas nas ilhas do triângulo (São Jorge, Pico e Faial).
Desde o início do surto foram confirmados 145 casos da covid-19 nos Açores, 38 dos quais atualmente ativos, tendo ocorrido 91 recuperações (61 em São Miguel, 11 na Terceira, sete no Pico, seis em São Jorge, três no Faial e três na Graciosa) e 16 mortes (em São Miguel).
A ilha de São Miguel é a que registou mais casos (107), seguindo-se Terceira (11), Pico (10), São Jorge (sete), Faial (cinco) e Graciosa (cinco).