Governo britânico aconselha uso de máscaras ou protecções para a cara
O governo britânico passou hoje a aconselhar o uso de máscaras ou proteção para a cara em espaços fechados nas novas diretivas destinadas a aliviar o regime de confinamento relacionado com a pandemia de covid-19. “Se puder, use uma proteção para o rosto quando estiver num espaço fechado onde o distanciamento social não é possível ou quando entrar em contacto com pessoas que normalmente não conhece. Isto é mais relevante por curtos períodos em ambientes fechados, em áreas movimentadas, por exemplo, em transportes públicos ou em algumas lojas”, refere um documento oficial publicado hoje.
Intitulado “Mantendo-se seguro fora de casa”, o documento refere em detalhe algumas das alterações às medidas de distanciamento social anunciadas no domingo pelo primeiro-ministro, Boris Johnson, e que vai hoje apresentar no parlamento.
As máscaras não precisam de ter o mesmo nível de proteção que aquelas usadas pelos profissionais de saúde, vinca, e podem ser feitas em casa com tecido de algodão, sendo incluídas instruções para a confeção reaproveitando uma ‘t-shirt’ usada ou usando têxtil de algodão.
O governo autónomo da Escócia já tinha emitido na semana passada o conselho para as pessoas usarem proteções para a cara mas, até agora, o governo britânico considerou esta como uma “opção pessoal”, embora já seja possível ver muitas pessoas nas ruas, lojas e transportes a usarem.
Hoje o ‘Mayor’ de Londres, Sadiq Khan, que já tinha urgido o governo a tomar esta decisão, pediu aos londrinos para usarem “proteções não-médicas para a cara” quando usarem os transportes públicos da capital britânica.
Esta medida faz parte do plano do governo para aliviar gradualmente o regime de confinamento em vigor desde 23 de março, decretado para travar a pandemia de covid-19 no Reino Unido.
Numa comunicação televisiva a partir da residência oficial de Downing Street, no domingo à noite, o primeiro-ministro revelou uma reabertura faseada de escolas e lojas não essenciais em Inglaterra a partir de 01 de junho, com a condição de a taxa de contágio se manter reduzida.
As pessoas que não podem trabalhar a partir de casa são “ativamente encorajadas”, mas de preferência sem se deslocar por transportes públicos.
A partir de quarta-feira, deixa de existir o limite a uma única forma de exercício por dia e as autoridades vão passar a autorizar um uso menos restrito dos parques públicos.
Numa terceira etapa, “o mais tardar em julho”, o governo pretende reabrir parte da indústria dos serviços, como cafés, restaurantes e cinemas.
O governo pretende também impor desde o final do mês uma quarentena de 14 dias para as pessoas que chegarem do estrangeiro, mas com exceções para as chegadas de França, Irlanda ou motoristas de veículos de mercadorias.
Foi ainda apresentado um novo Sistema de Alerta Covid de cinco níveis graduados por cores, sendo o risco mais baixo correspondente ao verde e o nível cinco, o mais grave e indicação de que existe uma transmissão do vírus muito alta e sobrecarga dos serviços de saúde, representado por vermelho.
A mensagem do governo britânico “fique em casa” foi substituída por “fique alerta”, mas só em Inglaterra, pois os governos da Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte têm autonomia para decidir sobre esta matéria.
O plano do governo suscitou também dúvidas e críticas do patronato, sindicatos e polícia, tal como dos partidos da oposição.
De acordo com a atualização dos dados feita hoje, o Reino Unido registou até agora 32.065 óbitos, sendo o país com o segundo maior número de mortes provocadas pela pandemia covid-19, atrás dos EUA.