Gratidão e confidência
Continuo confinado em casa, porque como já ultrapassei os 65, mais vale prevenir que remediar; sem vírus ou mesmo com ele, ainda que nesta nova normalidade, a verdade imutável e como se diz na gíria ...« ninguém quer morrer ».
Tenho acompanhado em termos internacionais, as notícias e os movimentos de reconhecimento, gerais, com música ou em silêncio, para os que estão nas primeiras linhas de combate ao vírus e a esta pandemia e com alguma pena e tristeza, aqui na Região não dou por quase nada. Um silêncio quase ensurdecedor; não politizando a questão, nem sequer alguns movimentos cívicos, que em determinados momentos, fizeram, e bem, manifestações à porta
do Hospital Nélio Mendonça, para denunciar rupturas de stocks de medicamentos, entre outros materiais, como por exemplo falta de papel higiénico nas casas de banho.
Mas, como me choca a ingratidão, da minha parte acho que chegou o momento de «me chegar
à frente» e ficar bem com a minha consciência, hoje que volto a ver nas notícias que não há nenhum caso na nossa Região, como ser humano e especialmente como madeirense é um orgulho.
Muito obrigado a todos os profissionais de saúde, da protecção civil, das autarquias, dos bombeiros, das forças policiais e de segurança, e outros que por desconhecimento ou esquecimento esteja a omitir, todos sem excepção, pelo excelente trabalho que têm feito e desenvolvido. Um cumprimento especial ao Senhor Secretário Dr. Pedro Ramos como responsável para o bem e para o mal; igualmente, aos restantes membros do Governo e ao Senhor Presidente Dr. Miguel Albuquerque, que mais uma vez mostrou, nas horas difíceis, ser o homem certo no lugar certo. Bem Hajam!
Por falar no Senhor Presidente do Governo, este, tem afirmado a dificuldade de obter respostas do nosso Primeiro-Ministro. Por um lado se calhar é melhor....
Tenho um Amigo no Norte que me contou esta história:
.... Numa deslocação ao Norte, o Primeiro-Ministro faz uma paragem numa pequena vila transmontana. Na praça central da localidade, entra num estabelecimento e pede um café e uma água; surpreendidos com a presença inesperada do Chefe de Governo, os populares, aproximam-se para o cumprimentar e conversar. A certa altura, um dos habitantes diz: Senhor Primeiro-Ministro, lidamos, diariamente, com dois problemas que causam bastante transtorno. Será que nos pode ajudar?
- Diga-me lá qual é o primeiro problema? Não temos Médico!
António Costa pedindo uns instantes, pega no telemóvel e afasta-se. Regressa pouco depois, dizendo:
- Pronto! Já combinei com a Ministra da Saúde e a partir de Segunda-feira terão um Médico.
E então qual é o segundo problema?
-Não temos cobertura de rede para telemóveis!!!!!!
João Abel de Freitas
Empresário