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Educação e a Europa durante a pandemia do Covid-19

Muitos tem sido os textos de opinião que no decorrer do último mês e meio se debruçaram sobre as medidas, os números e as respostas à pandemia do Covid-19. O que se pretende neste texto não é acrescentar mais visões sobre o tema. Antes o que se pretende é verificar como é que o tema alterou a abordagem a dois conceitos muito presentes na vida moderna.

Num curto espaço de tempo obrigámos a comunidade escolar a adaptar-se. Vimos os riscos e, muitas vezes, como a tecnologia pode ser um factor de exclusão social, contrariamente ao que muitos defendiam.

Apesar de um instrumento útil e fundamental, uma das conclusões a retirar deste tempo excepcional seja o facto de a tecnologia ser isso mesmo – um instrumento e não um conteúdo. A tecnologia é capaz de coisas virtuosas, mas se o utilizador não souber o que fazer com ela a facilidade do acesso de pouco ou nada vale.

A Escola por muito que possa ser modernizada dificilmente perderá a sua essência- um aluno inserido numa comunidade em que independentemente da sua origem luta, em igualdade de circunstâncias, por um futuro melhor. Escrevendo em ardósias, papel, computadores ou tablets, se queremos uma Geração competitiva com a Europa devemos rever os currículos nacionais ministrando aos nossos alunos outras ferramentas em matéria de inovação e tecnologia. Não interessa ter uma boa resposta no domínio das tecnologias apenas naqueles que frequentam o Ensino Superior. Se no currículo médio da escolaridade obrigatória de qualquer português estiverem asseguradas competências tecnológicas mais avançadas faremos desses jovens activos laborais mais capazes a longo prazo em diversas áreas.

No mês de Maio comemora-se o dia da Europa. A resposta à pandemia do Covid-19 será um grande desafio ao projecto europeu. Bem sabemos que nenhum projecto supranacional, até hoje, sobreviveu a uma crise mundial. A Sociedade das Nações caiu com a eclosão da II Guerra Mundial. Apesar de nos últimos 70 anos termos assistido à Guerra Fria, a uma pandemia mundial- a gripe A-, e à crise das dívidas soberanas a definição da vontade comum para ultrapassar esta crise será o derradeiro teste ao projecto europeu. Neste quadro só poderão surgir duas soluções: o incremento de mais competências na União dando mais um passo para uma solução federalista que aproxime, a longo prazo, a Europa de uma coisa próxima dos Estados Unidos da Europa; ou uma redução das competências supranacionais, tornando a Europa menos competente em algumas áreas e fortalecendo uma solução de Estados- Nação e de acordos pontuais sobre determinadas matérias.

A Europa como a conhecemos, provavelmente, mudará.

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