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Cidade de São Paulo integra cloroquina no seu protocolo de tratamento

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A cidade brasileira de São Paulo passará a integrar o medicamento cloroquina no tratamento do novo coronavírus nos seus hospitais municipais, anunciou hoje o prefeito daquele que é o município mais populoso do país.

“Os nossos hospitais municipais vão passar a administrar também a cloroquina. Temos hoje seis mil cápsulas. Como cada paciente toma seis, já temos medicamento para tratar mil pessoas”, disse à imprensa local o prefeito de São Paulo, Bruno Covas.

Cloroquina é um medicamento usado para tratar doenças como artrite, lúpus e malária e cujos efeitos em pacientes vítimas da covid-19 estão ainda a ser estudados em diversos países, incluindo no Brasil.

Covas explicou que para que o medicamento seja usado no tratamento de infectados com covid-19, é necessário que haja prescrição médica e consentimento por parte do paciente ou da sua família.

“A cloroquina é para pacientes dos hospitais municipais. Não é para ser distribuído nas ruas”, frisou o prefeito, acrescentando que o município deverá adquirir em breve uma maior quantidade desse medicamente.

“Já determinei à Secretaria Municipal de Saúde que possa fazer mais aquisições dessas cápsulas para que seja uma alternativa de tratamento. Ainda não é possível que seja uma política pública porque nós ainda não temos investigações concluídas”, sublinhou.

São Paulo é o estado brasileiro com maior número de casos confirmados, registando 428 mortos e 6.708 pacientes infectados pelo novo coronavírus, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde na quarta-feira.

Apesar de alguns estudos indicarem que a cloroquina pode funcionar em certos casos de doentes infectados com o novo coronavírus, há alertas sobre o risco de complicações causadas pela toxicidade da mesma.

Um dos maiores defensores do uso de cloroquina no tratamento da covid-19 é o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que na noite de quinta-feira, num pronunciamento ao país, afirmou que o medicamento já salvou dezenas de brasileiros.

“Após ouvir médicos, investigadores e chefes de Estado de outros países, passei a divulgar, nos últimos 40 dias, a possibilidade de tratamento da doença desde a sua fase inicial. Conversei com o doutor Roberto Kalil. Cumprimentei-o pela honestidade (...) ao assumir que não só usou a hidroxicloroquina, bem como a administrou em dezenas de pacientes. Todos estão salvos”, disse Bolsonaro, naquele que foi o seu quinto discurso ao país desde o início da pandemia.

O Presidente do Brasil, que há várias semanas defende o uso da cloroquina, felicitou ainda Roberto Kalil, cardiologista do Hospital Sírio-Libanês recém-recuperado da covid-19, por ter administrado o remédio mesmo sem a conclusão do protocolo de testes.

“O doutor Kalil disse-me que, mesmo não tendo finalizado o protocolo de testes, ministrou o medicamento agora, para não se arrepender no futuro. Essa decisão poderá entrar para a história como tendo salvo milhares de vidas no Brasil. Os nossos parabéns”, reforçou o chefe de Estado.

Ainda sobre o medicamento, Bolsonaro anunciou que o Brasil irá receber, até ao próximo sábado, matéria-prima proveniente da Índia, para o país continuar a produzir hidroxicloroquina, um derivado da cloroquina.

O Brasil registou na quarta-feira um novo recorde diário com 133 mortes e 2.210 infetados pelo novo coronavírus, totalizando agora 800 óbitos, informou a tutela da Saúde.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 89 mil.

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