“Atacar a Banca”
“Este não é o momento para atacar a Banca” afirmou o Presidente da República (PR). O PR tem razão, mais do que “atacar” a Banca há que “atacar” os banqueiros que com uma gestão danosa destruíram os respetivos Bancos e as poupanças de milhares de clientes que neles confiaram, lançaram milhares de colaboradores no desemprego e obrigaram a que a economia do País tivesse de suportar desde 2018 ajudas ao sistema financeiro de quase 18.000 milhões de euros. Este é o momento para atacar a praga muitíssimo mais virulenta que nos atormenta ceifando vidas e arrasando a economia global. Em face do modo como atuará nas atuais circunstâncias que nos atingem é que se verá se a Banca nos retribui um pouco daquilo que o País já lhe deu e faz por merecer o nosso aplauso ou se pelo contrário irá apenas e só aproveitar-se sem o mínimo de ética da atual crise económica e humanitária para aumentar lucros. É preciso que se saiba que os empréstimos que a Banca irá obter junto do Banco Central Europeu (BCE) para financiar as linhas de crédito à economia ao abrigo das medidas de combate à crise económica provocada pela Covid 19 serão a taxas negativas (-05% a -0,75%). Mas importa também referir que desde há muito que a Banca se tem financiado junto do BCE a taxas zero ou negativas para os os empréstimos que concede aos portugueses desde a habitação passando pelo crédito ao consumo e ao investimento e acabando nos cartões de crédito onde são cobradas taxas superiores a 15%, para não falar das comissões por tudo e mais alguma coisa. Assim e para não se “atacar” a Banca esta deveria, entre outras coisas, transferir o pagamento das prestações vencidas dos créditos em moratória para o fim dos contratos e não refletir o seu montante nas prestações vincendas, não cobrar juros aos empréstimos durante a moratória, e reduzir substancialmente as taxas de todos os tipos de crédito e serviços enquanto durar a atual crise. Se o fizer haverá motivos não para a “atacar” mas para elogiar.