PCP denuncia aproveitamento “intolerável” do recurso ao lay-off pelas grandes empresas na Região
Num comunicado dirigido esta quarta-feira à imprensa, a Direcção da Organização da Região Autónoma da Madeira do PCP (DORAM) denuncia o “aproveitamento dos dinheiros públicos” por parte dos grandes grupos económicos regionais através do recurso ao lay-off.
“Na Região já existem mais de 7 mil trabalhadores em lay-off, trabalhadores que na sua maioria fazem parte de grandes empresas como a Empresa de Cervejas da Madeira, o Grupo Pestana, o Grupo Dorisol, a Ibersol, que explora as lojas dos Aeroportos, a Groundforce, a Portway, a ANA e, mais recentemente, o Grupo Serlima, que acaba de colocar 511 trabalhadores em lay-off”, apontam os comunistas, realçando que “esta situação revela, uma vez mais, o aproveitamento por parte das grandes empresas e dos grandes grupos económicos desta oportunidade para deitar a mão aos dinheiros públicos, não para manter postos de trabalho, mas apenas para compensar perdas económicas”.
Na mesma nota observam que “se o objectivo destas empresas fosse manter postos de trabalho não convidariam trabalhadores a tirar licenças sem vencimento, a assinar ‘amigavelmente’ a rescisão de contracto ou, então, a mandar para casa todos os trabalhadores com vínculos precários que vêem o seu contracto caducar”.
O PCP chama a atenção para o facto destas serem responsáveis pela criação “de apenas 10% dos postos de trabalho, ou seja, pouco mais de 20 mil postos de trabalho, num universo de 128 mil trabalhadores”.
Por outro lado, nota que “a grande maioria dos trabalhadores com vínculos precários, que estão a ser mandados para casa e assim estão a engrossar os números de desemprego, trabalhavam nestes grandes grupos económicos”.
Situação esta que o partido classifica de “intolerável” e, por isso, diz que irá questionar o Governo Regional para saber “que medidas concretas estão a ser tomadas pelas autoridades regionais competentes pela área do trabalho de modo a garantir que não existam eventuais aproveitamentos fraudulentos na aplicação do lay-off e para que os direitos dos trabalhadores sejam defendidos”.