Abraço
Eu sei que fui um ingrato
Levado pela ignorância
Depreciei o abraço
E a sua importância
Sem saber o que faço
De abraçar sinto ânsia
Às vezes dizia olá
Outras vezes acenava
Viva amigo, como está
Eu também perguntava
Agora que já não dá
Se eu pudesse abraçava
Gente que andava na rua
Que até se acotovelava
Olho para a cidade nua
Dessa gente que passava
Já não vejo andar à toa
Essa gente que andava
Meu Deus, como isto dói
Em casa prisioneiro
Angústia que nos destrói
Afetando o mundo inteiro
Que aos poucos se corrói
Sem encontrar paradeiro
Será melhor, o amanhã
A intempérie vai passar
Há cientista em afã
Estamos todos a afinar
Pelo mesmo diapasão
E tudo vai melhorar
Comigo podes contar
Porque eu prometo e faço
Quando tudo melhorar
Sairei do meu espaço
Irei te procurar
E te darei um abraço