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Venezuela decreta estado de sítio em municípios fronteiriços com a Colômbia

Foto EPA/STR
Foto EPA/STR

As autoridades venezuelanas impuseram, a partir de hoje, o estado de sítio em três municípios fronteiriços com a vizinha Colômbia devido à covid-19.

A medida, que é relativa aos municípios Simón Bolívar, Pedro María Ureña e San António de Táchira (Estado de Táchira, 850 quilómetros a sudoeste de Caracas) foi anunciada através da televisão estatal, pelo ministro venezuelano de Comunicação e Informação, Jorge Rodríguez e o comandante-geral do Comando Estratégico das Forças Armadas Bolivarianas (CEOFANB), almirante Remígio Ceballos.

Segundo Jorge Rodríguez, o estado de sítio vigorará entre as 16:00 horas e as 10:00 horas locais (21:00 horas e 15:00 horas em Lisboa) e terá como propósito impedir a entrada no país, por via terrestre, de “desertores e paramilitares”, desde a Colômbia.

As autoridades vão ler as impressões digitais de todas as pessoas que entram no país.

Segundo o almirante Remígio Ceballos todas as pessoas que entrem na Venezuela deverão permanecer 15 dias em quarentena preventiva devido à covid-19.

“Estamos a dar início ao ‘toque de queda’ (estado de sítio) nos municípios Simón Bolívar, San António e Ureña, no Estado d e Táchira (...) quem ingressar através da Ponte Simón Bolívar (que une a Venezuela à Colômbia), deve permanecer 15 dias em quarentena. Para tal há uma articulação cívico militar policial”, disse à televisão estatal.

Por outro lado, explicou que foram habilitados três pontos de atenção social, com observação médica permanente.

Entre sábado e domingo, quase 600 venezuelanos deixaram, a cidade colombiana de Cúcuta, por via terrestre, em direção à localidade vizinha, venezuelana, de San Cristóbal (Estado de Táchira), anunciou a Migração Colômbia (MC).

“Nas últimas horas, aproximadamente 600 cidadãos venezuelanos regressaram ao seu país pela Ponte Internacional Simón Bolívar”, explica um comunicado da MC publicado na página web.

Segundo a MC, estes estrangeiros “de maneira voluntária decidiram abandonar” a Colômbia, divididos em dois grupos, em 20 autocarros.

O primeiro grupo era composto por 50 pessoas, entre eles seis crianças. O segundo era de 337 homens, 1167 mulheres e 35 crianças e adolescentes.

“Dada a intenção dos estrangeiros de abandonar o território nacional (colombiano), a Migração Colômbia ativou um corredor humanitário sobre a Ponte Internacional Simón Bolívar, para que essas pessoas, muitas delas menores de idade, não arriscassem as suas vidas tentando atravessar passagens não autorizadas”, explica.

Segundo a MC, “os quase 600 cidadãos venezuelanos, cujo estado de saúde foi analisado pela Secretaria de Saúde de Cúcuta, foram recebidos no meio da Ponte Internacional Simón Bolívar por funcionários do Serviço Administrativo de Identificação, Migração e Estrangeiros (SAIME), da Venezuela”.

A Venezuela tem 165 casos e 5 mortes confirmadas de coronavírus.

A Venezuela está desde 13 de março em “estado de alerta”, o que permite ao executivo decretar “decisões drásticas” para combater a pandemia.

O “estado de alerta” foi decretado por 30 dias, que podem ser prolongados por igual período.

Os voos nacionais e internacionais estão restringidos no país.

Desde 16 de março que os venezuelanos estão em quarentena, estando impedidos de circular livremente entre os 24 Estados do país.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,3 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 73 mil.

Dos casos de infeção, cerca de 250 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

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