Empresas juntam-se para encontrar tratamento com recurso a plasma
Várias empresas do setor farmacêutico e terapêutico, a nível internacional, juntaram-se para encontrar um tratamento para a covid-19, que passa por recolher plasma de pessoas que tenham contraído a doença e estejam totalmente recuperadas, foi hoje anunciado.
Para acelerar o desenvolvimento de uma terapêutica hiperimune contra a doença provocada pelo novo coronavírus, será necessária a doação de plasma dessas pessoas que tenham recuperado e cujo sangue contenha anticorpos capazes de combater o novo vírus.
Em comunicado hoje divulgado foi anunciado que as empresas Biotest, BPL, LFB e Octapharma se uniram à Aliança formada pela CSL Behring e pela Takeda Pharmaceutical Company Limited, com o intuito de desenvolver uma terapêutica derivada do plasma para o tratamento da Covid-19.
“A Aliança inicia-se de imediato com a investigação de uma imunoglobulina policlonal hiperimune anti-SARS-CoV-2 com potencial para tratar as complicações graves derivadas da Covid-19”, lê-se no documento.
Pretende-se com a conjugação de esforços “acelerar o desenvolvimento de uma opção terapêutica segura, escalável e sustentável para que os cuidadores possam tratar todos os doentes que sofrem com o impacto da covid-19”.
Outras empresas e instituições ligadas ao plasma são convidadas a juntarem-se a esta Aliança.
Os especialistas começarão “de imediato” a colaborar em aspetos como a recolha de plasma, o desenvolvimento de ensaios clínicos e o fabrico.
“Uma vez coletado, o plasma ´convalescente´ é transportado para as instalações de fabrico destas empresas, nas quais é submetido a processos patenteados - entre os quais processos eficazes de inativação e eliminação de vírus - para purificação do produto”, indicaram os autores da iniciativa.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,3 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais mais de 73.000 morreram.
Dos casos de infeção, cerca de 250.000 são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu, com cerca de 696.000 infetados e mais de 53.000 mortos, é aquele onde se regista o maior número de casos. Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, contabilizando 16.523 óbitos em 132.547 casos confirmados até segunda-feira.
Em Portugal, segundo o balanço feito na segunda-feira pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 311 mortes, mais 16 do que na véspera (+5,4%), e 11.730 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 452 em relação a domingo (+4%).
Dos infetados, 1.099 estão internados, 270 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 140 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.