Em coma induzido e ligada ao ventilador
n O Prof. Augusto Mateus (AM) em entrevistas ao Jornal Económico e ao ECO que aconselho a ler, tece diversas considerações que merecem ponderação. Entre os diversos considerandos de AM destaco os seguintes: Dar crédito às empresas não serve de nada pois tanto estas como as pessoas do que precisam neste momento é de liquidez; O atual modelo para financiar empresas através de crédito bancário garantido pelo Estado só beneficia os Bancos já que o risco destes é nulo, ao contrário das empresas que sem produção só vão contrair mais dívida para pagar aos colaboradores; É preciso congelar a economia (60%) durante 1 a 1,5 mês o que custará entre 8 a 9 mil milhões de euros, o mesmo custo do resgate aos Bancos, e que para salvar a economia se justifica muito mais; Assegurar um rendimento mínimo para as famílias, e liquidez para as empresas através de entradas de capital o que dará origem a uma nova estrutura no respetivo capital com capital acionista ou quotas, que serão capital e quotas de crise; O crédito será relevante a partir daquilo que AM define como o momento zero após a crise; Agora são necessárias moratórias, e é aqui que entram os Bancos assumindo a sua parte nos custos, para pôr a economia em hibernação já que esta não está a funcionar; Diz também AM que a mutualização de dívida na União Europeia tem implicações constitucionais em vários países o que impede, para já, a emissão de “coronabonds”; A solução imediata e expedita ao nível da UE está na suspensão do Pacto de Estabilidade já em vigor, e num acordo entre todos para o Banco Central Europeu adquirir toda a dívida soberana necessária. Todas estas medidas terão de ser implementadas o mais rapidamente possível porque cada dia de atraso fará diminuir a sua eficácia. Em plena crise da Covid 19 há que tomar as medidas necessárias e urgentes para restabelecer a economia no pós-pandemia, o que exige que a mesma seja mantida viva ainda que em coma induzido e ligada ao ventilador.