Representante da República e Presidente da ALRAM pedem união entre madeirenses e não facilitem na Páscoa
Reunião entre Ireneu Barreto e José Manuel Rodrigues serviu para fazer balanço da situação da covid-19 na Madeira
O Representante da República na Madeira e o Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira reuniram esta manhã no Palácio de São Lourenço, onde acertaram posições e ideias sobre a situação do novo coronavírus, causadora da doença covid-19, na Região Autónoma. Ireneu Barreto e José Manuel Rodrigues, respectivamente, principal responsável pela implementação do estado de emergência nestas ilhas e líder do órgão de poder legislativo regional, concordaram em apelar aos madeirenses para que se mantenham unidos nesta luta, sobretudo para que não facilitem neste período da Páscoa.
Em declarações à RTP, gravadas através do Twitter, Ireneu Barreto disse: “Num ponto coincidimos, a situação é grave, todos nós temos de ser responsáveis, todos nós temos de estar conscientes daquilo que podemos fazer para que a situação não se agrave na Região.”
Continuando, lembra que a “nossa primeira preocupação “foi, evidentemente, a saúde da nossa população”, mas garante que foi analisada a situação “económica e social”, reconhecendo que “vamos ter momentos muito complicados na Região e para que possamos minimizar essa situação grave, temos que ser solidários, temos que estar todos unidos, todos no mesmo barco, todos a remar no mesmo sentido, sem divisões político-partidárias, sem divisões sociais, sem divisões de classe”, acrescentou, reforçando que importa é que não haja na Região situações extremas de pobreza, de isolamento social e de discriminação”.
Para Ireneu Barreto importa “não facilitar” e “não baixar a guarda”, advertindo os madeirenses para que não pensem que a “situação minimalista” actual “está controlada”, reconhecendo que, actualmente, dado o número reduzido de casos, “somos uns privilegiados”. E frisou: “Podemos e temos tomado medidas importantíssimas para controlar a situação, mas se não nos consciencializarmos que temos de ser responsáveis, a situação pode, de um momento para o outro, explodir. Estamos muito preocupados com o período da Páscoa.”
Estado tem de ser solidário
Também José Manuel Rodrigues também falou, referindo que aproveitou a reunião para elogiar o seu trabalho na condução do estado de emergência na RAM, ainda que reconheça a situação “dramática que já se vive do ponto de vista económico e social”, acreditando que depois da “emergência sanitária, já temos instalada emergências económica e social”.
O presidente da ALRAM inclusive diz que “depois do vírus covid, vamos ter os vírus das falências, do desemprego e da pobreza”, pelo que pediu preparação para esse impacto, urgindo à União Europeia para que, tal como fez flexibilizando as metas do Pacto de Estabilidade e Crescimento aos Estados-Membros para que possam ultrapassar os limites dos 3% do endividamento, o Estado português “deve ser solidário” para com a Madeira. Um pedido que José Manuel Rodrigues garante ser em nome de todos os partidos no Parlamento regional, nomeadamente no alívio das ainda pesadas despesas do PAEF, uma vez que o orçamento da região tem tido muito mais despesas e muito menos receita. Lembrou que em seis meses a Madeira terá de pagar ao Estado quase 100 milhões de euros dos custos do empréstimo à Madeira em vigor desde 2012.