DGS afasta repetição de testes em doentes recuperados por rotina
A diretora-geral da Saúde afirmou hoje que não estão a ser realizados por rotina testes adicionais para avaliar a reincidência do novo coronavírus, uma possibilidade que admite ainda ser desconhecida.
Na conferência de imprensa diária para atualização de informação sobre a pandemia de covid-19, Graça Freitas sublinhou que atualmente ainda pouco se sabe sobre a doença e sobre a possibilidade de adquirir imunidade ao vírus SARS-CoV-2, recordando que até agora foram poucos os casos de reincidência registados.
“Isso aconteceu em muito poucas situações, que foram relatadas sobretudo na Ásia, e, portanto, nós temos que ir acompanhando e ir fazendo testes em populações que são estudadas especificamente para essa matéria, para aumentar o nosso conhecimento sobre a doença”, afirmou a diretora-geral.
Graça Freitas reforçou que “este é um vírus novo, com características diferentes”, mas afastou a realização por rotina de testes adicionais a doentes recuperados por rotina, “a menos que exista evidência científica de que é preciso voltar a testar as pessoas”.
No sábado, a diretora-geral anunciou que Portugal vai fazer estudos para saber qual a proporção da população que adquiriu imunidade ao novo coronavírus (SARS-CoV-2,), estando a metodologia e a data a ser equacionada pela comunidade científica internacional.
Durante a conferência de imprensa, Graça Freitas aproveitou para reforçar que, atualmente, a preocupação das autoridades de saúde é testar todas as pessoas que manifestem qualquer tipo de sintomas, profissionais de saúde e de lares, e contactos próximos de um caso.
Questionada sobre a existência de assimetrias regionais na realização de testes, a diretora-geral afirmou que “estão a chegar testes onde de facto são necessários”, defendendo que quaisquer assimetrias regionais refletem o mapa de distribuição da doença.
Antes da conferência de imprensa foi divulgado o boletim epidemiológico da DGS, indicando que Portugal regista hoje 311 mortes associadas à covid-19, mais 16 do que no domingo, e 11.730 infetados (mais 452).
Portugal está em estado de emergência até 17 de abril e está já na terceira e mais grave fase de resposta à doença (Fase de Mitigação), ativada quando há transmissão local, em ambiente fechado, e/ou transmissão comunitária.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 70 mil.
Dos casos de infeção, mais de 240 mil são considerados curados.