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Madeira

Despedimentos e encerramento de empresas são “inevitáveis” dizem comentadores do ‘Debate da Semana’

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O impacto da pandemia de Covid-19 na Economia, foi o grande tema do programa ‘Debate da Semana’, emitido esta sexta-feira (3 de Abril), na TSF Madeira.

À mesa, liderada por Leonel de Freitas, sentaram-se como comentadores André Barreto, Cristina Pedra e Paulo Pereira.

A propósito das medidas de apoio às empresas regionais, nomeadamente ao lay off simplificado, Cristina Pedra manifestou a sua “aflição” em relação a este conceito.

“Eu mantenho a minha aflição quando vejo o nome simplificado. É sempre o pior para nós tratarmos”, vinca. Embora reconhecendo que se trata de “um mero requerimento simples, que qualquer pessoas faz”, destaca que o próprio documento “não dispensa de processo do código de trabalho”. Ou seja, “esta é uma medida da República que o Governo [Regional] adoptou, e bem, mas está longe de acabar o requerimento”.

Na sequência das sucessivas rectificações a este regime que têm vindo a ser anunciados nos últimos dias, Cristina Pedra considera que “não há confiança” e “não se sabe o que se diz a cada momento”. Situação esta agravada pela própria prorrogação do estado de emergência, no que concerne por exemplo a “novas situações de proibição de despedimentos”.

A propósito das empresas assumirem dois terços dos salários, André Barreto lembra que “no lay off não simplificado as empresas recebiam em média três a quatro meses depois” e Cristina Pedra reitera que “é fundamental que o senhor ministro cumpra o pagamento, caso contrário, com ou sem lay off, vai haver despedimentos”.

A ex-presidente da ACIF sublinha ainda que “é preciso mais medidas” aqui na Madeira, como é o caso das aprovação das candidaturas à comparticipação das despesas de funcionamento das empresas.

Paulo Pereira, por seu, turno acredita que o Governo vai cumprir a palavra e “pagar no dia 28 de olhos fechados”. “Primeiro vai pagar e depois vai fiscalizar, castigar, punir...”, explica. E deixa a crítica: “Esta gente, ministros e secretários, nunca passou pelo mundo real das pequenas e médias empresas”.

Outra questão trazida a debate foi o papel da banca neste processo. André Barreto admite não conseguir perceber “que não se consiga estabelecer uma relação directa Estado/pessoas ou Estado/ empresas sem termos de passar pelo sector financeiro”, o que faz com que a banca se veja “forçada a dar tem de alterar-se um pouco” para dar resposta ao esforço que lhe é pedido pelo Estado.

Por outro lado sublinha “crédito, seja ele qual for, tem de ser pago no futuro”. “As empresas precisam de liquidez no imediato, mas algumas delas não terão capacidade de aumentar o endividamento que já têm”, alerta o economista.

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