Vaticano encerra investigações sobre desparecimento de jovem em 1983
O Vaticano encerrou hoje formalmente as investigações sobre o desaparecimento da filha de 15 anos de um seu funcionário, em 1983, depois de desenterrar caixões no cemitério da Santa Sé em busca dos restos mortais.
O misterioso desaparecimento de Emanuela Orlandi intrigou os italianos durante décadas e o caso voltou a ganhar notoriedade, no ano passado, depois de uma denúncia anónima à família da jovem desaparecida, segundo a qual o corpo poderia estar enterrado no cemitério dentro das muralhas da cidade do Vaticano.
O Vaticano desenterrou vários caixões funerários e mobilizou especialistas forenses para investigar o caso, mas os testes revelaram que os restos mortais encontrados tinham todos mais de 100 anos.
Com base nestas descobertas, os procuradores do Vaticano pediram para que a investigação fosse arquivada, o que um juiz hoje validou, segundo fontes do Vaticano.
O caso Orlandi chegou a levantar suspeitas sobre a responsabilidade do Vaticano, quando se percebeu que a adolescente tinha desaparecido após uma aula de música em Roma.
Os familiares de Orlandi exigiram que as autoridades da Santa Sé revelassem tudo o que sabiam sobre o desaparecimento da jovem, filha de um funcionário do Vaticano, o que levou a sucessivas investigações.
Num comunicado hoje divulgado, o Vaticano disse que forneceu à família da jovem toda a ajuda pedida e que, com o encerramento das investigações, ficam disponíveis os fragmentos ósseos encontrados no cemitério para que sejam feitos eventuais novos testes pedidos pelos familiares.
Desde o desaparecimento de Emanuela Orlandi, surgiram várias teorias da conspiração sugerindo ligações com a actividade da máfia romana e com a tentativa de assassínio do papa João Paulo II, em 1981.