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Vasco Cordeiro diz que abertura ao turismo “não depende apenas” dos Açores

Foto Lusa
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O presidente do Governo dos Açores anunciou hoje que ficarão suspensas “durante mais algum tempo” as ligações aéreas interilhas e parte das que ligam a região ao continente, sinalizando que a abertura ao turismo “não depende apenas” dos Açores.

Esta é uma “decisão que resulta não apenas da situação sanitária dos Açores”, em virtude da covid-19, “mas sobretudo da situação sanitária dos locais de origem” dos visitantes, acrescentou Vasco Cordeiro, falando em conferência de imprensa em Ponta Delgada.

E prosseguiu: “Mesmo entre ilhas que não tiveram nenhum caso de covid até à data (...) há todo o cuidado de manter suspensas ainda durante mais algum tempo as ligações aéreas, tentando ao máximo possível que esta situação de melhoria dos últimos dias se consolide o mais possível”.

O governante falava depois de ter sido questionado sobre os impactos na região da quebra do turismo.

Quando lhe foi pedida uma estimativa de perda de Produto Interno Bruto (PIB) em virtude da pandemia, Vasco Cordeiro remeteu uma resposta para mais tarde e centrou a conferência de imprensa de hoje no anúncio de medidas de desconfinamento na região.

A Azores Airlines - do grupo SATA - e a Ryanair não estão a operar para os Açores, mas a TAP nunca deixou de voar para a região, mantendo ainda duas ligações semanais para São Miguel e uma para a Terceira.

O presidente do Governo dos Açores apresentou hoje as medidas para as próximas semanas na região, dividindo-as entre quatro blocos: um referente a Santa Maria, Flores e Corvo, sem casos registados desde o começo da pandemia, outra para São Miguel, a ilha com maior número de infetados e a única com registo de mortes (13), mas que tem cadeias de transmissão identificadas e restritas, outro para a Graciosa, há 12 dias sem casos novos, e uma última para Pico, Faial, São Jorge e Terceira, quase todas há 28 dias sem novos infetados (o Pico chegará a este número na terça-feira).

Em todos os blocos são dadas orientações aos serviços de saúde para uma “atuação urgente” na recuperação “do serviço aos utentes de diversas patologias” que não a covid-19.

As datas de reabertura de espaços têm variações entre os quatro blocos, com Santa Maria, Flores e Corvo a serem os primeiros a poderem retomar algumas atividades, seguindo-se os dois blocos referentes às ilhas do grupo central (o bloco da Graciosa e o do Pico, Faial, São Jorge e Terceira) e cabendo a São Miguel a reabertura mais tardia de diversos equipamentos e unidades, casos de bares, bibliotecas, monumentos naturais ou museus.

As ligações aéreas entre as diversas ilhas estarão ainda inativas, bem como as referentes ao transporte marítimo, excetuando a ligação entre a ilha das Flores e do Corvo.

Também é globalmente recomendado o uso de máscara social “em todas as situações de deslocação na via pública ou em transportes públicos”.

“Todo este calendário é indicativo, de forma a permitir que as diversas entidades, as pessoas, possam ter ideia do caminho que pretendemos seguir. E sempre de ter presente a eventualidade de ser necessário voltar a recuar nessas medidas”, declarou o governante, reiterando que “em primeiro lugar” na tomada de decisões estará sempre “a defesa da saúde dos açorianos”.

Desde o início do surto foram confirmados 138 casos da covid-19 nos Açores, 80 dos quais atualmente ativos, tendo ocorrido 45 recuperações (27 em São Miguel, oito na Terceira, cinco em São Jorge e cinco no Pico) e 13 mortes (em São Miguel).

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