>
Mundo

França retira migrantes de Calais para centros de confinamento

Foto EPA
Foto EPA

A retirada de migrantes da zona de Calais (norte de França) para os colocar em centros de acolhimento onde podem ficar confinados durante a crise da covid-19 começou hoje, constatou a agência francesa AFP.

Entre 650 migrantes, segundo as autoridades francesas, e mil, segundo as associações humanitárias, vivem atualmente em Calais, na margem francesa do Canal da Mancha, na esperança de chegar a Inglaterra.

A operação, organizada pelo Estado, visa “cuidar, por razões humanitárias, de uma população sem abrigo”, cuja presença em certas zonas da periferia de Calais causa “graves problemas de saúde pública” e representa “um atentado à segurança pública”, afirmou a presidência do município em comunicado.

A medida visa também “responder à lógica nacional de confinar as pessoas” para diminuir os contágios de covid-19.

A partir de hoje, “vários autocarros vão transportar essas pessoas para os centros de acolhimento” localizados em cidades do departamento de Pas-de-Calais.

“Até agora, foi identificada uma capacidade global de 400 lugares [de acolhimento], mas continuamos a procurar mais”, acrescentou a presidência do município, referindo que a retirada de migrantes de Calais vai decorrer durante as próximas duas semanas.

As deslocações vão ser feitas “na base do voluntariado”, mas “poderão ser usadas medidas coercivas, se for necessário, com base nos meios legais existentes”, explicou a mesma fonte.

Segundo a AFP, hoje de manhã estavam dois autocarros estacionados perto de um campo de migrantes, onde, segundo a presidência do município, viviam dois migrantes infetados pelo novo coronavírus, e que foram colocados de imediato em isolamento.

Estas pessoas são “colocadas imediatamente em apartamentos dedicados aos infetados, onde serão seguidas”, explicou a câmara de Calais, adiantando que os serviços estatais reservaram cerca de 20 locais para acolher refugiados infetados.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 54 mil.

Dos casos de infeção, cerca de 200.000 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu, com cerca de 560 mil infetados e perto de 39 mil mortos, é aquele onde se regista o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 13.915 óbitos em 115.242 casos confirmados até quinta-feira.

A Espanha é o segundo país com maior número de mortes, registando 10.935, entre 117.710 casos de infeção confirmados até hoje, enquanto os Estados Unidos, com 6.058 mortos, são o que contabiliza mais infetados (245.573). Na quinta-feira, registaram o número mais elevado de óbitos num só dia num país (1.169).

A China, sem contar com os territórios de Hong Kong e Macau, conta com 81.620 casos (mais de 76 mil recuperados) e regista 3.322 mortes. As autoridades chinesas anunciaram hoje 29 novos casos, todos oriundos do exterior, e mais quatro mortes.

Além de Itália, Espanha, Estados Unidos e China, os países mais afetados são França, com 5.387 mortes (59.105 casos), e Irão, com 3.294 mortes (53.183 casos).

Fechar Menu