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Academia portuguesa lança manifesto a favor do cinema nacional

Foto Shutterstock
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A Academia Portuguesa de Cinema (APC) lançou hoje um manifesto em forma de apelo ao público para que, numa altura em que tem de ficar em casa, veja cinema, em especial português.

Intitulado “Temos os nossos filmes, temos as nossas séries, temos as nossas histórias”, o manifesto traduz-se num vídeo, divulgado nas redes sociais, protagonizado por Maria João Bastos e Joaquim de Almeida, ao longo do qual vão passando imagens dos filmes candidatos aos prémios Sophia 2020.

Ao longo do vídeo, os actores apelam ao público para que fique em casa, assistindo, ainda assim, a cinema, em particular o português.

A APC garante que depois “de isto tudo passar” -- a covid-19 --, os trabalhadores que fazem acontecer a Sétima Arte lá estarão “para acompanhar” os seus públicos, acabando por agradecer a quem acompanha o cinema e a quem opta por ficar em casa.

Elaborado pela APC, o filme teve o apoio da Federação Ibero-americana de Produtores Cinematográficos e Audiovisuais, Federação Ibero-americana de Academias de Artes e Ciências Cinematográficas e da Entidade de Gestão para o Sector Audiovisual.

Na segunda-feira, a APC apelou à criação de um “plano de emergência” para apoiar profissionais do audiovisual, um “concurso relâmpago com verbas para iniciativas ‘online’” e o retomar de filmagens com “cuidados sanitários máximos”.

Estas são três propostas que a APC enviou ao Ministério da Cultura e ao Instituto do Cinema e Audiovisual e apresentou ao Presidente da República, com quem teve uma audiência no sábado.

À agência Lusa, o presidente da academia, Paulo Trancoso, explicou que as propostas foram apresentadas no seguimento de um inquérito que a APC enviou aos cerca de 700 associados, para perceber como é que foram afectados pelo estado de emergência, declarado a 19 de março para conter a pandemia da doença covid-19.

A academia apela à criação de um plano de emergência, porque 65% dos profissionais inquiridos disseram estar em situação precária, a trabalhar a recibos verdes, e 54% responderam que ficaram com mais de metade da remuneração suspensa.

Tal como noutros sectores da Cultura, o cinema e audiovisual ficaram paralisados por causa da pandemia da covid-19, com encerramento de salas de cinema, adiamento de alguns festivais e de rodagens de produções cinematográficas.

O Ministério da Cultura garantiu que iria manter em funcionamento o calendário de concursos do ICA, agilizando ainda alguns procedimentos e aliviando a carga burocrática.

No entanto, desde que foi decretado o estado de emergência, em Março, o Ministério da Cultura anunciou apenas dois montantes financeiros adicionais: Um milhão de euros para uma linha de financiamento de emergência, cujos beneficiários não foram ainda revelados, e 400 mil euros para aquisição de livros às pequenas editoras e livrarias.

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