Primeiro-ministro timorense pede estado de emergência para reforçar combate
O primeiro-ministro timorense pediu hoje ao parlamento que autorize a extensão do estado de emergência, que caducou no domingo, para minimizar o risco de mais contágios da covid-19, que o sistema de saúde do país poderia não aguentar.
“O Governo tem consciência de que a extensão do estado de emergência afeta a vida e a atividade económica dos cidadãos. A atividade económica pode recuperar-se, mas da morte não se recupera”, afirmou hoje Taur Matan Ruak no plenário.
“Por isso pedimos o apoio do parlamento nacional a autorizar o senhor Presidente a renovar o estado de emergência”, disse.
Taur Matan Ruak falava no plenário do Parlamento Nacional que está hoje a debater a renovação do estado de emergência decretado pelo Presidente da República e que terminou oficialmente às 23:59 de domingo.
“Quando declarámos o estado de emergência tínhamos apenas um caso. Hoje temos 24 casos. Os nossos países vizinhos continuam a ver um aumento de casos e continuam com o estado de emergência”, afirmou.
“Se os nossos vizinhos têm problemas, naturalmente que se não tivermos cuidados, isso pode prejudicar a nossa situação”, considerou.
O chefe do Governo disse que, para já, Timor-Leste, tem apenas casos importados e de “transmissão local” -- de contactos com clusters restritos da doença.
“Temos receio que se houver transmissão comunitária não teremos condições no sistema de saúde para aguentar”, disse.
“Conscientes desta situação e do aumento de casos, o Conselho de Estado e o Conselho Superior de Defesa e Segurança deram parecer positivo à proposta do Governo de renovar a declaração do estado de emergência”, frisou.
Taur Matan Ruak disse que o estado de emergência dá mais tempo ao Governo para se preparar melhor para o caso da doença alastras em Timor-Leste, especialmente no que toca ao reforço do sistema de saúde e à formação dos quadros médicos.
Timor-Leste tem atualmente 22 casos ativos de covid-19.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 204 mil mortos e infetou mais de 2,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Perto de 800 mil doentes foram considerados curados.