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Não haverá voos de repatriamento de portugueses em Cabo Verde antes de 2 de Maio

A Embaixada de Portugal em Cabo Verde divulgou hoje, em comunicado, que pelo menos até 02 de maio não haverá voos de repatriamento de cidadãos nacionais retidos no arquipélago devido à pandemia de covid-19.

Em comunicado, aquela Embaixada refere que “tem vindo a envidar todos os esforços para encontrar soluções de repatriamento para os cidadãos portugueses não-residentes em Cabo Verde”, como viajantes e turistas residentes em Portugal, que permanecem “retidos em virtude do cancelamento dos seus voos de regresso”.

“Porém, continuam a não estar autorizados os voos de repatriamento a partir de Cabo Verde, nem deverão ser autorizados antes do fim do estado de emergência (neste momento até 02 de maio), pelo que não nos é possível, para já, prestar informações mais concretas”, lê-se no comunicado, em que a Embaixada solicita ainda o contacto de todos os portugueses no arquipélago nesta situação.

Nas redes sociais multiplicam-se relatos de portugueses que ficaram retidos em várias ilhas cabo-verdianas face à suspensão de todos os voos por parte do Governo de Cabo Verde, desde 19 de março. Algumas centenas de portugueses e outros cidadãos foram repatriados em voos comerciais de repatriamento operados pela TAP ainda em março, após autorização do Governo cabo-verdiano.

Atualmente, há casos confirmados de covid-19 em cinco dos 22 concelhos do país, casos da Praia, Tarrafal e São Domingos (Santiago), São Vicente e Boa Vista.

Cabo Verde conta agora 109 casos da covid-19, distribuídos pelas ilhas de Santiago (55), da Boa Vista (53) e de São Vicente (1). Um destes casos, um turista inglês de 62 anos -- o primeiro diagnosticado com a doença no país, em 19 de março -, acabou por morrer na Boa Vista, enquanto outros dois doentes já foram dados como recuperados.

Desde 18 de abril que está em vigor um segundo período de estado de emergência, mantendo-se suspensas as ligações interilhas e a obrigação geral de confinamento, além da proibição de voos internacionais.

A declaração do atual estado de emergência prevê para as ilhas da Boa Vista, Santiago e São Vicente, todas com casos de covid-19, que permaneça em vigor até às 24:00 de 02 de maio.

Nas restantes seis ilhas habitadas, sem casos diagnosticados da covid-19, a prorrogação do estado de emergência foi mais curta, e terminou às 24:00 de 26 de abril, contudo, entre outras restrições, mantém-se a proibição de voos comerciais, enquanto os voos de repatriamento só podem ser feitos com autorização do Governo.

Numa altura em que a cidade da Praia (Santiago) regista transmissão comunitária da doença, com novos casos todos os dias, o Presidente da República, quando no sábado anunciou que não iria prorrogar o estado de emergência nas ilhas sem casos, não se comprometeu com decisão idêntica para as restantes a partir de 03 de maio.

“A minha decisão só será tomada após o acompanhamento, nos próximos dias, da evolução da situação epidemiológica em cada uma delas, dos contactos e consultas que continuarei a fazer junto das autoridades da saúde, de técnicos e especialistas, de responsáveis dos respetivos municípios e de outras entidades públicas e privadas”, explica Jorge Carlos Fonseca.

O Presidente de Cabo Verde acrescenta que a situação nestas três ilhas será alvo de uma “avaliação minuciosa” em conjunto com o Governo e as autoridades da saúde na próxima quinta-feira.

“Até lá, ou até ao dia 01 de maio, não terei uma decisão definitiva, designadamente quanto a prorrogar ou não prorrogar o ‘estado de emergência’ em tais ilhas. Tê-la antes disso, seria prematuro e imprudente”, assumiu o chefe de Estado.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 204 mil mortos e infetou mais de 2,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Perto de 800 mil doentes foram considerados curados.

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