Trump não quer “perder tempo” com conferências de imprensa diárias
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou hoje que não vale a pena “perder tempo” nem em conferências de imprensa diárias relativas à pandemia de covid-1, em que apenas são colocadas “questões hostis”.
“Qual é o objectivo de ter conferências de imprensa na Casa Branca quando a comunicação social não faz senão questões hostis e depois não relata a verdade e os factos com precisão”, escreveu Trump na sua conta do Twitter.
“O povo americano não tem senão falsas notícias. Assim não vale o tempo nem o esforço”, acrescentou.
O ‘tweet’ do presidente norte-americano surge dois dias depois de, numa conferência de imprensa, ter feito defendido que se devia investigar a possibilidade de tratar a doença injectando desinfectante no corpo.
“Considero que o desinfectante o trata [o novo coronavírus] num minuto. Será possível haver uma injecção?”, questionou.
Logo na sexta-feira, a Casa Branca esclareceu que o presidente foi mal interpretado e o próprio afirmou que se tinha expressado “de forma sarcástica”, terminando a conferência de imprensa ao fim de 20 minutos sem direito a questões pelos jornalistas.
A hipótese de terminar com as conferências de imprensa surge também numa altura em que a Casa Branca prepara o plano para retomar a economia.
Depois de 50 conferências de imprensa em dois meses, no sábado não houve o habitual ‘briefing’ na Casa Branca.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 200 mil mortos e infectou mais de 2,8 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Perto de 800 mil doentes foram considerados curados.
Os Estados Unidos são o país com mais mortos (53.511) e mais casos de infecção confirmados (mais de 930 mil).
A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando sectores inteiros da economia mundial.
Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram, entretanto, a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos, como Dinamarca, Áustria, Espanha ou Alemanha, a aliviar algumas das medidas.