O Governo Regional da Madeira vai empresar 600 computadores aos alunos, num investimento que ascende a meio milhão de euros. O assunto que faz manchete na versão impressa do DIÁRIO deste domingo explica que os dispositivos são para entregar, dentro de duas semanas, às escolas. O PS, através do seu deputado Rui Caetano, já veio reagir ao anúncio.

Em comunicado de imprensa, o parlamentar começa por elogiar o Plano de Ensino à Distância seguido pelo Governo Regional, em articulação com as escolas.

“O Partido Socialista subscreve a sua preocupação em não querer deixar nenhum aluno para trás bem como a sua visão em relação ao trabalho dos professores, dedicação e capacidade de adaptação aos novos tempos. As escolas também estiveram muito bem na construção do seu Plano de Ensino à Distância procurando acompanhar os seus alunos. Reconhecemos o valor e a iniciativa, bem-sucedida, do Telensino para o ensino secundário com os professores, mais uma vez, a demonstrarem o seu profissionalismo e competência”, escreve Rui Caetano.

Não obstante, o deputado manifesta algumas “preocupações” perante as afirmações de Jorge Carvalho ao DIÁRIO, questionando o secretário regional de Educação sobre o porquê dos computadores não terem sido entregues mais cedo.

“Anunciar a entrega de 600 computadores às escolas dentro de duas semanas mostra que não actuaram atempadamente, estiveram à espera de quê? Se a escola presencial já encerrou a 16 de Março, iniciando nesse momento o ensino à distância, pois, só quase dois meses depois é que falam em entregar os computadores necessários?”, interroga Rui Caetano, sublinhando que “as escolas já tinham conhecimento das necessidades dos seus alunos, porque todos os anos preenchem inquéritos sobre essas questões”.

Por outro lado, pretende clarificar se “estes 600 computadores são os mesmos que já estavam previstos, e anunciados há imenso tempo, no âmbito da renovação dos laboratórios de informática obsoletos das escolas ou são outros?”

Sobre esta questão aponta algumas contradições: “Há qualquer coisa aqui que não bate certo. O vice-presidente do governo, dr. Pedro Calado, a 30 de Março, na Assembleia Legislativa da Madeira, anunciou, com convicção e certeza, que, ‘atempadamente, em boa hora’ já tinham sido entregues computadores, tablets e ipads aos alunos do secundário nessa altura, 30 de Março. Então, foram ou não foram entregues?”

O PS acusa também o governante com a pasta da Educação de desvalorizar as inciativas promovidas por algumas câmaras municipais no sentido de fornecer equipamentos aos alunos do 1.º ciclo para que possam acompanhar as aulas à distância.

“As declarações do senhor secretário não dignificam o seu cargo, pois, em vez de valorizar e louvar a preocupação e iniciativa positiva das autarquias, preferiu o discurso da desvalorização, mostrou arrogância e desprezo, como se só a SRE é que percebesse do assunto, e os argumentos do ‘fundamento técnico, científico e pedagógico’ não têm nada a ver com a iniciativa das autarquias, antes pelo contrário”, sublinha Rui Caetano.

O PS discorda ainda do Governo Regional no que toca à visão Acção Social Escolar (ASE) em relação à alimentação dos alunos.

Para o deputado socialista as afirmações de Jorge Carvalho passam a “ideia de que a alimentação dada pelas escolas é um favor que o governo faz e não um direito desses alunos”. No entender Grupo Parlamentar do Partido Socialista da Madeira , “a Secretaria Regional deveria ter preparado um plano de intervenção nesta área de apoio aos alunos mais necessitados”, conclui.