25 de abril, hoje e para sempre
Confesso que este é o meu feriado nacional preferido, onde a sensação de ser livre invade a minha alma com a noção de que a liberdade foi conquistada com muita coragem e determinação. É por isso que o melhor é fazer um uso cauteloso da mesma.
A rotina deste dia especial é sempre a mesma: ficar colada ao grande ecrã a absorver cada detalhe e conhecimento em volta daquele dia inédito de 74. É, todos os anos, um dos meus dias de felicidade plena.
Não, não fiz parte da revolução, não estive nas ruas, aliás nasci 27 anos depois já considerada uma neta de Abril.
Se me fosse dada a hipóteses de viajar no tempo até um ponto específico da História, seria sem dúvida o dia que originou a celebração da liberdade. Consigo imaginar-me de cravo vermelho numa mão e a outra a formar um V de vitória.
Foi esta mesma vitória que me permitiu crescer com liberdade de escolha, de expressão, numa democracia.
Este ano, vivemos uma situação peculiar pois foi necessário um vírus para testar essa liberdade, uma vez que estamos confinados em casa sem podermos ir jantar fora, a um concerto nem tão pouco conviver com os nossos entes queridos. Nem mesmo esse vírus acabará com a herança de Abril, contudo é crucial sermos prudentes ao “manusear” essa liberdade pois como cidadãos é essencial termos consciência de que a minha liberdade não deverá afetar negativamente a do meu vizinho.
Sou uma sortuda por ser portuguesa, por poder dizer que o meu povo fez uma revolução sem derramar sangue e ainda torná-la cheia de vida com cravos vermelhos por todo o lado.
A nossa Grândola Vila Morena será sempre terra de fraternidade, igualdade e liberdade onde, claro, o povo é quem mais ordena. Obrigado Salgueiro Maia, capitães de Abril e claro ao “peito ilustre lusitano”. Que o 25 de abril se faça sentir nos nossos corações todos os dias até à eternidade.