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Co-Vida

A vida em estado de sítio traz ao de cima o que há de melhor e pior no ser humano. Há quem defenda que é impossível alguém sair disto e continuar a ser a mesma pessoa. Contudo, o sabor amargo da impotência perante o novo coronavírus não travou o hábito desagradável de destilar ódio e frustrações nas redes sociais.

Estamos numa guerra sem armas a lutar diariamente contra uma pandemia sem precedentes. A fragilidade humana face a uma ameaça invisível é uma autêntica lição de vida. Esta adversidade, com todas as restrições que nos são impostas, serve para nos tornar mais conscientes e afectuosos.

A Peste de Albert Camus é um livro a ser relido por estes dias: “A peste, é preciso que se diga, tirara a todos o poder do amor e até mesmo da amizade. Porque o amor exige um pouco de futuro e para nós só havia instantes.”

Aproveito para aplaudir o esforço hercúleo dos operacionais que estão na linha da frente do combate à Covid-19.

Como não poderia deixar de ser, termino com uma citação do escritor chileno Luís Sepúlveda. Ler as suas fábulas mágicas e construtivas é aprender a ser melhor. “Se é certo que a vida é breve e frágil, também é verdade que a dignidade e a coragem lhe conferem a vitalidade que nos faz suportar os seus enganos e desditas.”

Cíntia Fernandes

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