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África sem meios suficientes, ajuda internacional é muito bem-vinda

Foto AFP
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O director do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC) disse ontem que qualquer ajuda financeira dos parceiros internacionais é bem-vinda, assumindo que o continente não tem meios para combater a covid-19.

“Se olharmos para o resto do mundo, os países desenvolvidos têm milhões e milhões para reparar os danos, os planos financeiros são enormes, mas África não tem esse dinheiro, portanto qualquer cooperação e parceria com as instituições internacionais é muito bem-vinda”, disse John Nkengasong, quando questionado pela Lusa sobre uma análise às iniciativas em preparação de alívio da dívida dos países africanos.

Durante a conferência de imprensa semanal do África CDC, realizada em formato virtual, Nkengasong explicou que os sistemas de saúde são fracos no continente e defendeu: “é preciso construir sistemas de saúde antes de precisarmos deles”.

No entanto, “os países não têm o dinheiro necessário para reverter a fragilidade dos seus sistemas de saúde”, sublinhou.

A parceria com o G20, que prometeu uma suspensão dos pagamentos da dívida africana durante este ano, “é muito importante”, mas para Nkengasong o essencial “é preparar as coisas antes, e não durante a reação a um surto” como o atual da covid-19.

Os perigos, concluiu, “são mais frequentes e reaparecem, há dois anos na África Ocidental havia um surto de Ébola, e ainda hoje o África CDC tem 60 pessoas a apoiar a República Democrática do Congo nesta área, além de todo o trabalho com a covid-19”.

Várias instituições internacionais financeiras como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial têm defendido um alívio da dívida para os países africanos mais vulneráveis, que são incapazes de servir a dívida e ao mesmo tempo investir nos sistemas de saúde de forma a conter a propagação da covid-19.

De acordo com o África CDC, nas últimas 24 horas, o número de mortos registados subiu de 1.191 para 1.242 enquanto as infeções aumentaram de 24.686 para 25.937.

O número total de doentes recuperados subiu de 6.425 para 6.534.

O norte de África mantém-se como a região mais afetada pela doença com 10.990 casos, 867 mortos e 2.763 doentes recuperados.

Na África Ocidental, há registo de 6.183 infeções, 158 mortos e 1.794 doentes recuperados.

A África Austral contabiliza 77 mortos em 3.893 casos de covid-19 e 1.123 doentes recuperados.

A pandemia afeta 52 dos 55 países e territórios de África, com cinco países -- África do Sul, Argélia, Egito, Marrocos e Camarões - a concentrarem quase metade das infeções pelo novo coronavírus e mais de dois terços das mortes associadas à doença.

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